quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lamúria

Lamúria


Minhas fantasias rasgaram-se com o tempo,
Como véu estampado por luxúria e glamour
De lamúria fui a palavra ditada em rancor
Bendita reza, não pode salvar-me da dor que senti.

Parece que menti a mim mesmo...
Porque pasmo das coisas que sonhei,
Acreditei nas glórias da ficção que outrora criei.

Precisava de um sonho...
De algo que não fosse normal
Que libertasse da minha pequenez literal desventura
Recorri ao poço dos desejos da tola ilusão,
Encontrei-me desprezado em total depressão
Resistindo entre lágrimas e risos,
Este meu fel de loucura
A procura da verdade latente,
Que indiferente a dor...
Adorne e aqueça o meu ser com amor.

O meu coração adornado estará,
Libertará o meu ser da apostasia...
A fantasia não rimará em meus versos,
Verei o reverso no triunfar da poesia...
Ah! Minha doce poesia!
No final vencerá a lamúria.



Cesar Moura

domingo, 27 de dezembro de 2009

Recíproco Amor

Recíproco Amor


Reciprocidade, todavia não lhe entendi
Nada a ver em vivê-la na contra mão
Não me surpreendi por esta situação
A verdade face a face não se vê
Em choque nesta emoção, crises na relação
Tenacidade desgrudada que se corrói
Não se constrói o vinculo da união na ponte de desilusão...
Sabe o quanto dói trafegar nesta via de solidão?
Meu coração está atônito a ponto de parar.

Quando me olho no espelho
Enxergo apenas os meus olhos vermelhos
Que já estão cansados de chorar,
Não consigo mais me enxergar
Sumi diante da minha imagem em desapego
Pois não gosto do que vejo em mim.

Não era pra ser assim...
O amor que desejei encontrar
Nunca vai existir...
Sinto-me como uma flor solitária neste jardim
Sou como um baldrame pronto a ruir.

Reciprocidade no amor,
Temo em não conhecer-te
Vejo a desigualdade em nosso triste fim.




Cesar Moura

O Fim

O Fim


Ao alvorecer, dá- se a luz de um novo dia
Sonhos nascem da emoção que não tardia
Via inesperada no jardim da vida
Cria as circunstâncias desconhecidas
Vagando para o futuro construindo muros
Levantando pontes, sem saber quem vai chegar
Ao outro lado, no esperado tempo...
E para quem chegar é só alegria.

Do que importa o começo,
Se o que mais nos interessa é o próprio fim
Não seja a pressa regressa pelo prazer
Porque viver é sentir-se mais livre a cada amanhecer.

O crepúsculo no entardecer evidencia o final do dia
Não importa o tempo, pois ele não para...
A hora de viver é agora... Antes que chegue o fim.


Cesar Moura

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dramaturgia

Dramaturgia


Senhor doutor,
Não ligue pra minha dramaturgia
Vingou na poesia como arte popular.

Se falei de amor,
Não foi por demagogia
Vivo esta filosofia,
A melhor parte é amar.

Não entendi por que indefere o meu direito,
E fere o meu peito com a lança da dura pena?
A sua sentença é pra matar.

Viste outra vez o contexto na gravura,
O que me fez a certa altura
Não vou ignorar...

Perdi o meu senso no intento da loucura
Por ser intenso, logo penso...
Vivo no limiar da aventura,
O meu prazer é a poesia
Queria ter azas pra voar.

Finalizo este meu pleito
Investindo na dita literatura
Pois sou do povo,
A arte popular.


Cesar Moura

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Poesia, Versos na Solidão

Versos que declamei na desilusão,
Com as lágrimas que derramei por onde passei
Engasgado em meu soluçar de dor.

Pelo amor que procurei,
E não encontrei ninguém disposto a amar...
Então entendi que estar só me bastaria,
Seria eu o mensageiro da solidão
Quimera apenas ser feliz.

Neste caminhar pela vida
Desejo andar pela luz
Quando por ai estiver, e encontrar a paz em meu caminho
Farei dela o meu ninho,
Repousar-me-ei por entre as flores...
Pregarei o amor nos vastos sabores da poesia.

Bendita voz que fala ao mundo
A visão dita no ouvido do cego
O ego em desapego na solidão,
As lágrimas vertidas nas sombras da ilusão
Converteram a paz na forma de rosa em botão,
O meu coração sensível esta...

Poesia que brota da inspiração,
Alivia a minha dor por este amor
Em teus versos faz-me ouvir,
A harmonia da perfeita rima, ajuda-me a enxergar...


Cesar Moura

sábado, 12 de dezembro de 2009

Concupiscências

Concupiscências


Não acredito neste amor
No arco-íris poliflor
Neste arco-íris multicor
Na paixão entre duas almas pervertidas
Invertidas do súbito valor...

Não acredito no que vejo,
No beijo daquelas duas flores
Desfigurada de sua criação
Perderam a sua grandeza
Na sutileza do horror...

Esta aberração que não tem nome
Some diante das concupiscências
Da perversão, que com a ética acabou...
A minha voz poética enrouqueceu
Ao ver esta gente que se enlouquece
E desvirtuado se esquece
Que o absurdo esta por certo,
E que o errado nem se deu...
O bom costume desapareceu.

Deu no que deu...
No arco-íris poliflor
Neste arco-íris multicor,
Fazem da vida uma afronta a Deus
E desapontam o criador
Ao inventarem novas formas pra o amor,
Dignidade adeus...


Cesar Moura

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Visões

Visões


No caminho das desilusões
Nenhuma ilusão me apraz
O que me satisfaz são as visões
Na retórica da poesia
Desvanecia a minha vida nesta estrada
Pintada feito alegoria
Numa noite assim vazia.

A noite zomba da minha solidão
E o meu coração em tormento se fez
Perdido no rumo da paz.

Percebo que sou mais um solitário
Em meio às multidões
Tomado pelas visões que ignoram o meu ser.

Sinto o assombroso medo do eu contra todos
Dos olhos que saltam sobre mim
Desafiando o meu modo de viver.

Assim sou eu...
Mais uma visão em meio à multidão
Na parede da ilusão.


Cesar Moura

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

À Flor da Pele

À flor da Pele


À cor da sugestão na forma de paixão,
Do amor por exatidão...
Veste o sentimento à flor da pele
Testificado em folha de papel.

Vele por um amor assim!
E verás por fim, a sua tez...
Tateado o glamour no vazo de ternura,
Em sinal de fartura na emoção da nua timidez.

Vez em quando, arde a pele na resignação da verdade
Que em parte tatuada foi, a ferro e fogo...
Do amor que esta em jogo,
Vence apenas quem não tem medo de amar
E, ainda faz do afeto o projeto original.

Sinta o sabor de mel na poesia
E a brandura soprará em ti este sentimento à flor da pele,
Zele pela sublime sensação de alegria na poesia...
Para que viva feliz o seu amor!



Cesar Moura

sábado, 5 de dezembro de 2009

Nirvana

Nirvana


O carma do amor me engana
No limbo da dor nirvana
Chama que queima e arde
Parte de mim te chama
Rama de dor em flor
Nada de zen medito
Bendito à própria sorte
O ego entre a vida e morte
Viver sem querer, o prodígio
Eleva o meu ser às alturas
O que não me mata
Torna-me mais forte.

A vida sem amor é frágil
Não é fácil viver este drama
Eleva meu ser nirvana
Me chama de amor... Imploro!
Livra-me da incerteza
Luz que me acalma
Clareza da minha alma
Choro por ti e oro...
A chama vital se apaga.

Ao atravessar o rio te alcanço
Não canso de lhe procurar
E quando lhe achar... Te amo!
Sinto o libertar do meu corpo
Entrego-me livre pra lhe amar
Pois o ápice do amor me faz flutuar, nirvana.



Cesar Moura

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Musa

MUSA

Você é a musa da poesia
A alegria que eu precisava ter
Queria você por mais um dia
Nunca mais te deixaria partir.

Quando me deu a sua atenção
Roubou todo o espaço que havia
Dentro do meu coração.

Lembro-me ainda,
De como você é linda
A figura exata feita na mais pura perfeição.

Quando lembrar-se de mim...
Me liga!
Ficarei feliz por ouvir a sua voz
Direi a você palavras sensatas
Que expressem os sentimentos
Que tenho por ti.

Preciso olhar mais uma vez nos teus olhos
E dizer-te coisas que nunca fui capaz,
Em dizer a alguém.

Vem, e traga-me de volta a sua alegria,
Abraça-me...
Deixa-me dizer
Que você é musa da poesia
O feitiço que me faz tão bem!
E por isto eu sei,
Sem você não sou ninguém.


Cesar Moura

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vozes

Vozes

Ouço no silêncio do meu pensamento,
Vozes á me inquietar...
E por um só momento,
Abro este sentimento que não quer calar.

Se as coisas que ouço e transcrevo são bobagens.
Não me atrevo argumentar!
As vozes rasgam o verbo na poesia
Nesta trama que se encerra,
Ferozes nas asas do tempo...
Caindo sobre a terra em forma de alegria
Na arte popular.
Assim é você, minha poesia!
Sigo as vozes desta liturgia
Como um encanto de magia
Ou num conto de fadas
Sem que alguma coisa em mim venha mudar.

Sou a expressão descrita em minha voz
A foz da poesia, desaguada na bacia
Do deleite que se faz apreciar.

Só te peço que em tua voz
Nunca se esqueça de me declamar;
Sou apenas um pensamento...
A voz transformada em poesia.



Cesar Moura

sábado, 28 de novembro de 2009

Feliz Natal

Feliz Natal


Como viver as fantasias
De uma noite de natal?
Se em muitos lares
As mesas estão vazias
Sem um pão para cear,
Como dizer a alguém feliz natal?
Se em sua alma não existe mais esta alegria
Quando ferida pelos motivos do viver.

O sofrer na apostasia desanima até Noel
Da realidade que figura como um presépio original
Desta árvore com muitas lâmpadas queimadas
Do sobrenatural que nunca vai acontecer.

Prosperidade, paz e harmonia
É tudo o que desejam oferecer,
Mas esta mensagem fica tão vazia
Para dizer neste dia especial
Pois a verdade muitas vezes contraria
A nossa forma de viver.

Pense, existe alguém precisando do seu presente
Em forma de sorriso, ou de abraço
Com um laço mais forte de amor fraternal,
Abra a sua porta e deixe entrar este pobre ser carente
Para desfrutar do melhor que tem a oferecer.
E com certeza será você amigo, o maior presente
Que alguém haverá de receber.

Nasceu Jesus o filho de Deus.
Nasceu o amor,
Feliz natal!



Cesar Moura

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Monólogo

Monólogo


Vejo-me só...
Sóbrio, sólido e estático.
Neste estado físico e carente
Que me faz tão dependente,
Às vezes frio... Outrora quente.
No fio da navalha me equilibro pra não cair,
No frio da destreza e a solidão.
E tão logo me veja são,
Adentro a vida de peito aberto
Rasgando o véu da minha loucura.
Apresento neste palco as verdades latentes
Diante dos olhos e de todas as lentes
Este monólogo...
E farei análogo por certa á razão,
Da desertificação que é viver na solidão.
A dissecação do ego fere o meu coração
Desfaço-me como areia
Empurrado pelo vento como poeira.

E toda a carência que vem do meu ser
É do amor que me faço querer...
Sinto o prazer nas paixões impossíveis,
E do apreço sem valor dos sonhos inatingíveis...
Então, olho para mim na forma que sou,
Sustentando o meu ser com todo o pudor
Sendo o mono,
Logo feito um holograma
Que ama e depende deste poder...
Vivo o amor.


Cesar Moura

domingo, 22 de novembro de 2009

Nobel e a Humanidade

Nobel e a Humanidade


...Dualidade na cumplicidade
Por falta de vontade
No plano covarde da maldade verso o amor.
A nossa humanidade que se incendeia
Despreza a vida alheia,
Pensa e ainda faz besteira
E só por brincadeira semeia a dor.
Mas não é capaz de entender
Que uma lágrima vertida nunca é perdida
Sem antes provocar o rancor.
São tantas as raças divididas
E mal compreendidas em seu complexo... Doutor.
A humanidade vive no auge da desigualdade
Na realidade é um “Reality Show”,
Ora tudo é real...
E quem chora pelo ser eliminado
Vive indignado pela falta de amor.
Mas, em verdade todos merecemos
O ignóbil “Prêmio Nobel pela Paz”
Por todas as bombas explodidas,
As muitas balas perdidas
E por este monte de crenças e religiões,
Aquelas regiões sempre esquecidas
Das crianças que mínguam desnutridas
Em um mundo de horror.
Este é o louvor pela nossa humanidade
Que curvada à luz da lua
É pobre nua e crua, quando falta lhe o amor.


Cesar Moura

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lida

Lida


Lida que me fazes vida
Que me tens como quer,
O meu querer não é poder
Frígida sustém o voraz apetite do tempo
Em tuas mãos a me consumir
Até que não haja mais nada de mim.

Minha vaidade é quase nada
Neste instante regresso
Sou a sombra da luz
A procura de paz
Rígida à vida moldou o meu sofrer.

Vida que sou...
Do amor que sonhei,
Sou um pouco de verdade e mentira
Misturado as paixões e desilusões,
Da inocência nada mais me restou

Não sou o super homem que pensava ser
Os meus heróis já morreram
Com o passado que ficou para trás,
Minha vida sinto muito por ti
Proteger-te não posso
Pois não tenho este poder em minhas mãos.

As virtudes da humanidade dentro de um corpo qualquer
Despedaçam-se como cacos de vidros espatifados no chão
Riqueza é viver,
Pobreza é sofrer
Quando a luz se apaga não resta mais nada a fazer
A vida se foi...
Lívida se recompõe na forma de outro ser
Pra chorar e bem dizer,
Assim és tu, vida.


Cesar Moura

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estigma

Estigma


A minh’alma enferma esta,
Sem um lampejo de inspiração.
Neste estigma que machuca o meu coração,
Vivo o martírio que me castiga...
E fere com a insígnia da dor,
Sem motivo e nem razão.

A paixão é como punhos abertos
Sangrando de emoção,
Feridas ardem em meu corpo... Estigmata,
Que me fere e quase mata por falta de compaixão.

Este amor não combina com ardor
Não tem um valor se quer...
Não sei pra que te amar assim
Se em teus olhos só vi a frieza
De alguém que não pensa em me querer,
O meu estigma só me faz sofrer
Por este amor que nunca poderei viver.

Desfaço-me das lembranças,
Perdi as minhas esperanças...
Joguei o amor na lata da desilusão
O desejo que tenho nesta paixão me mata
A decepção que arde no meu peito dói...
Feito o estigmata que me corrói.



Cesar Moura

sábado, 14 de novembro de 2009

Casa das Rosas

Casa das Rosas


Passarela das flores
Lugar de muitos amores
Recanto das prosas
Abrigo dos versos
Casa das rosas.

Morada da arte popular
Neste cenário singular cheio de pluralidade
Não existe gigante,
O humilde operário sobe na tribuna
E ao declamar sua poesia
Torna-se importante como o foi João Pessoa,
E não é à toa...

Casa das rosas fincada no paraíso
A Arcádia dos enaltecidos
Abre as portas para os esquecidos
Os tijolos de barro em sua pedra fundamental
Seguram os átrios de sua história
E hoje a sua glória é bem dividida
Neste palácio que abre as portas
Para o movimento cultural.

A poesia se completa em seu quintal
Seja ela como for...
Verá o desabrochar dos versos como flor ao relento
E o seu fundamento será respeitado na forma de prosa
Bela e formosa... És tu Casa das rosas.


Cesar Moura

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Licor de Chocolate

Licor de Chocolate


O seu corpo todo nu e suado
Tatuado com os caracteres do amor
E tateado com prazer...
Tem o sabor do pecado consumado
Que não da pra resistir.

Esta miscigenação na tua cor bronzeada
É uma tentação desejada...
Ah! O teu cheiro é tão suave,
Comparo-o ao perfume de uma flor
És a paixão que desejo consumir.

Meu licor de chocolate
Que embebeda minh’alma
Deleito-me na beleza de teus seios
E de loucura perco a calma
Pelo volume da silhueta bem marcada,
Vem...
Faz de mim escravo do seu amor.



Cesar Moura

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Candeia

Candeia


Escrevi o seu nome na areia
Pra não mais esquecer
Candeia quando dormiu pra descansar
Os sambistas reuniram-se para se lamentar
A voz do mestre fez-se calar
Sua nitidez no samba
Clareia com maestria o bamba
Poesia nota dez no amor que você outro dia cantou.

Candeia, porque precocemente sumistes assim?
A inspiração carregou-lhe nos braços
Levou-te a outra dimensão,
A letra de sua composição deflagrou
Explodiu em forma de flor, o amor...
Você se foi como o tempo... E nos deixou!

Candeia um rio de melodia
Que desaguou no mar,
A luz que em ti ascendeu
Nunca há de apagar.



Cesar Moura

sábado, 7 de novembro de 2009

Soneto Pela Paz

Soneto Pela Paz


O lírico som do amor me trás...
Lúdico tom e cor de paz
Refaz a sutileza do meigo olhar
Para que seja capaz de amar.

O sádico prezo a dor jamais conhecerá o amor
A dor só o faz sofrer
O mágico mundo perdido em nós
Libido compreendido em “ÒS”.

Voz que é percebida com todo o poder
O místico soneto na resenha de uma flor
Desenha decompor o pretexto para a dor.

E o amor que resiste nos braços fraternos
Entrelaça-se no texto pelo sentimento de paz
Num gesto digno do maior valor... O amor.



Cesar Moura

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eminência

Eminência

A estrofe a seguir
Segue a epígrafe da catástrofe mundial
Não que me aprove naquilo que vejo ferir
Não sou faquir pra deitar em cama de prego
Mas me apego às coisas que não trazem dor.

O amor que nunca ouse em existir,
Destituído tal qual um réu
Condenado a pena de morte
Jogado a sorte como fraqueza
Desta eminência da vida a forra
Que em sua guerra nos joga fora.

Nas mãos da política
E da tática da tortura
Pela prova do terror
No máximo de vitimas
Que a nossa inteligência em forma de loucura
É capaz de fazer.

Só nos resta rezar o nosso credo
Na busca de um lugar chamado paz
Jaz que o amor sucumbirá em dor...



Cesar Moura

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Suicida

O Suicida


Nunca... Quisera enfrentar tal sofrimento
Distante da realidade e sem argumento,
A vida por um só momento
Não vale mais nada.

Como o pó que se desfaz,
No desespero da morte que deseja este elemento
De encontrar uma saída.

A emoção em depressão
No coração um só lamento,
Demente pensamento na escuridão
Em regressão o suicida
Ouviu a voz da solidão
Deseja por fim, a sua vida.

O perecer não traz a redenção
Encontre a luz no sentimento
E haverá um bom motivo para viver.

Render-se nunca...
A vida é muito mais
Do que parece ser.



Cesar Moura

domingo, 25 de outubro de 2009

Rio de Paz

Rio de Paz


Nascente na dor
No vale do amor
Lágrimas que na margem se desfaz...
Rio de paz enterra uma flor
Que ao vê-la neste vale
Sucumbir sem nenhum valor
Causa tristeza e rancor
Pela alegria que jaz nos braços do ente...
O pobre sofredor.

O pai da alegria sofre
Ao ver fugir a esperança
Nesta violência desvairada,
Alvejada em disparada
Pelo sangue que segue na calçada
Desaguando no rio de paz...

Por favor! Atirem em nós
Apenas sementes de amor,
Alegria sem devaneio
Desespero no passeio,
Não é festim que atiram em nós...

As flores que de todo este desespero sobrevivem
Seguem o rio chorando,
Fazendo o seu apelo pela paz...



Cesar Moura

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Vagabundo

O Vagabundo


Para que se afogar no caís profundo,
E viver sem paz o vagabundo
Em meio à rajada, o tiroteio... A confusão
Morre o derradeiro na multidão.

O poder paralelo dita o submundo
Num mundo de caos e pavor
Cadê o amor?
Perdeu o valor para a morte maldita.

Hei, vagabundo saca só...
Tu também és pó,
A rajada ao vento é como bala perdida no tempo
Um dia te encontrará despercebido
Perdido no tempo
E serás mais um elemento
Desatando o nó da garganta daquela mãe que fizeste chorar.

Metralhadora, fuzil, granada, droga, dinheiro, posição social
É o mal destituindo a razão...
A sua loucura é para ti uma sepultura
Tenha paciência...
Este mundo não precisa de mais violência!



Cesar Moura

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sarjeta

Sarjeta


No escuro te procuro...
Procuro como ninguém
No escuro do meu quarto
Parto no obscuro atrás de alguém.

Meu bem, para que te quero assim?
Se é o meu fim neste próprio desespero,
Do bem que te quero... Me curo
O amor é sempre puro.

Pela dor que injeta
Este sentimento na sarjeta
Me curvo na guia sentimental,
Quem sabe enfim me veja como tal...
E seja eu, apenas este ninguém
Que você sempre desprezou.

Não esquenta meu amor...
Desprezas a mim na minha dor
Amanhã se vier me procurar
Encontrará apenas um lugar vazio...
Sem ninguém pra te amar.



Cesar Moura

sábado, 17 de outubro de 2009

Ametista

Ametista


Esotérica ametista
Erótica egoísta
Roubastes os sonhos meus
Deixando-me apenas a loucura.

Opala cintilante
Pedra preciosa
Diamante meu,
Minha cobiça é quase um desespero
Quando te olho é por que lhe desejo...
Te espero livre sem que me percebas.

Nunca pensei em desviar de ti o meu olhar
Pois, te achei a coisa mais linda
Fiquei distante lhe admirando
E segurei para não me entregar.

Ainda que tente me desligar daquele momento
Você não sai do meu pensamento
O teu cabelo, o teu corpo e o teu sorriso
Tornou-se o meu tormento...
A ametista foi-se embora
Levando consigo os meus sentimentos,
E ainda sinto-a diante de minha vista...
Pedra preciosa, mulher de diamante.






Cesar Moura

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lobotomia

Lobotomia


No limiar do céu escuro
Brilhou a estrela guia
Iluminando o véu da aurora boreal
Como nostalgia em formato de poesia
Usando a fonte de sabedoria
Na lobotomia em alto astral.

A lavagem cerebral
Desfazendo-se da massa no aspecto transcendental
Fisga a sã consciência
Pra não enxergar o mal.

E vivemos da hipocrisia
Fingindo ser real
Aquilo que para nós nunca foi normal.

Talvez lavem a nossa mente
Com coisas que nos façam assim...
Dependentes de uma opinião qualquer,
Vivendo neste veredicto que vos dito
Sem uma sentença se quer
Que nos faça ver a verdade como ela é...
No formato original.



Cesar Moura

sábado, 10 de outubro de 2009

O Labirinto de Fauno

O Labirinto de Fauno


Esta é uma história de amor
No labirinto de fauno
Que desaguado pelo dissabor
Desencanta perdido em glória
Murchando-se como flor no desalento.

Em pleno jardim de primavera
O homem versos fera
No caos do opróbrio e rancor.

Então... Não veste o fauno a paixão
Neste ambiente selvagem,
À margem do coração do homem
Versa o amor em concordância
Com a ânsia de encontrar
Em seu destino o portal perdido
No labirinto de fauno.

Exausto, só e ferido
Versifica o ser em pedra
No vasto corredor de dor.

E, o que antes parecia
Um beco sem saída
Transfigurou-se em cenário de luz...
O fauno desapareceu vencido
Dando espaço para o triunfar do amor.



Cesar Moura

domingo, 4 de outubro de 2009

O Reflexo de Narciso

O Reflexo de Narciso


Nêmesis da condenação
Eco no lago da paixão
Apaixonados na desilusão
Narciso da vaidade
A ninfa confusão.

A beleza deixa perplexo
De apaixonar-se pelo seu reflexo
Amantes com razão
A pira da prisão.

Tragédia a moda grega
Agrega o narcisismo como fonte da questão
Amante de si mesmo
Afoga-se vaidoso em sua própria visão.

E não se vê Narciso
Como se é preciso,
E desaparece então...
Definhando de amor,
E procurado pelas ninfas apaixonadas
Encontram apenas uma flor.





Cesar Moura

Raiz de Amargura

Raiz de Amargura


Enaltecida senhora poesia,
Penhora o amor em troca do saber
Todavia desperte o sabor de viver
Ao carente ser que em sua raiz de amargura
Preso esta... Entre farpas e fagulhas,
Ardendo o seu coração com pontadas de agulhas
Que advêm da realidade de secar a alma
Causando o trauma... Tirando-lhe assim o prazer de viver.

Dona poesia,
A senhora é sincera,
Como é que espera a tristeza vencer?

Olhe para o caos da loucura
Da fissura o tormento
Do sentimento ferido por falta de amor,
Passa o teu bálsamo de compaixão
Como acalanto neste pobre coração
Devolvendo a este ser, a paz.

Faz em teus versos o remédio que cura,
O poder que o alivia desta agonia...
E traga de volta a esta via o prazer em viver.




Cesar Moura

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Relatividade

Relatividade


A relatividade na forma de poesia explica
A teoria desta atividade
Do espaço no continuo tempo,
Da verdade vertente pelo olhar da ciência
Deste gigante universo em forma e dimensão
Um total feixe de luz
Sem começo ou fim
Que conduz ao infinito
Onde o finito tempo não existe.

Coexiste a energia formando matéria
No inanimado mundo real
Desintegrando a anti-matéria
Na terra do mundo animal,
A forma de vida das castas inferiores
Do inconsciente irracional...
Sem a plena consciência da existência
Luta apenas pela sobrevivência,
Enquanto o homem na condição racional
Neste ambiente universal
Procura sua razão à questão do existir...

Os versos se remontam no subconsciente
Percebendo que a vida é muito mais
Que nascer, crescer e morrer...
E o processo em estudo justifica
A relatividade da nossa teoria explícita,
Uma vida vale por toda uma geração.



Cesar Moura

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sumo do Amor

Sumo do Amor


Doravante...
Enamorados, amantes somos
Unidos pelo fogo
Igual ao ferro derretido
E fundido na forma exata
Que ata a aliança em nó.

Forjada no calor das brasas do amor
E aquecida pelas chamas da paixão,
O coração meliante em pó
Resigna-se da tola solidão
Do passado instante
Que agora se desfaz vencido.

E os amantes enamorados
Entregam-se de olhos vendados
Ao sumo do amor.



Cesar Moura

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Áurea

Áurea


A carne aberta... Na ferida,
A chibata arranca a dor...
Pendurado no madeiro
Sofre nas mãos do vil agressor,
O negro que chora estendido
Sufocado pelo ódio e rancor.

À áurea mal compreendida
Na história não redigida
Do escravo então sofredor,
Expurgado da terra e arado
Abandonado sem direito ao labor.

À miséria e fome a ser vencida...
Era tão cruel quanto à própria escravidão
Como já não bastasse o desalento
Do preconceito pela cor,
À dor maior foram as palavras com medidas
Da ignorante ofensa racial.

À “consciência negra” hoje revertida
Na força de uma nova geração,
Canta o negro em seu sonho mais livre
Com o direito de ser um cidadão
Que luta por igualdade social.


Cesar Moura

O Luxo no Lixo

O Luxo no Lixo


O luxo no lixo
Na lata de lixo
Do poluente fluxo ambiental
Tal qual o eixo do mal
Destruindo a natureza
Explorando a riqueza
Da beleza natural.

A natureza não cobra pelo consumo
Mas reage ao insumo desproporcional.

O fino foge do fogo
Que forja o ferro velho como ideal
Dos descartes em demanda
No lixo do luxo de nossa gente.

Reciclando pra renovar
Renovando pra conservar
Conservando pra sanear.

O consumo consciente
Preserva a terra, água e o ar
Deixando fixa a idéia
Que o lixo é um luxo,
Na qual... Reciclando dá pra se aproveitar.



Cesar Moura

domingo, 20 de setembro de 2009

O Elo- Vida e Morte

O Elo
Vida e Morte


Hoje acordei sedo e pensando na vida...
Por um momento pensei demais
E tive medo da morte
Pois a sorte,
Este elo entre a vida e a morte
É frágil demais...

Quando olhei para trás
E vi tantas vidas perdidas
Tragadas pelos fortes braços da morte
Percebi que apesar da vida ser preciosa demais,
Viver é quase nada...

Do que adianta glorificar tanto a vida
Se toda esta glória
Um dia será para a própria morte.
A sorte um dia se rompe
Não será nada demais,
Apenas o fim da vida
Transformada no escuro da morte.

E por mais que me assuste,
Não me frustre o obscuro
Do prazer de viver...




Cesar Moura

sábado, 19 de setembro de 2009

Falsa Confissão

Falsa Confissão


Apanha a mulher do maldito carcará,
Drácula sanguinolento...
Pra amar a faz sangrar,
Mas quem ama não machuca
Não discute crises de amor
Com tamanha violência.

Revidando em agressão
Escuta... Sua culpa,
Pois ainda não aprendeu a amar
É muito triste ver uma mulher chorar
Por ser vitima da violência no seu lar.

Absurdo, negá-la o carinho
Quando no passado para conseguir o que queria
Fizeste juras de amor e ardente paixão
As lágrimas que correm do seu rosto machucado
São as provas de uma falsa confissão
Que se perderam sem valor.

E quem nega o amor,
Revida com transgressão ao pobre coração
Desfeito em soluços de desgosto,
Lá se vai um sonho de paixão...
Em um mar de crise,
É tão triste...
Triste...
Ver as lágrimas no rosto da mulher.




Cesar Moura

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Adultério

Adultério


Peca ao provocar certa investida
No flerte de um olhar...
O traidor.

Lança-te em contrapartida
Atrás de um novo caso de amor...
Adultério abre uma ferida
Provocando as chagas de dor.

Os casos que começam de forma divertida
Tornam-se cacos, neste caso sofredor
Sendo que na vida tudo tem um preço...
No começo tudo é bom,
Mas quando vem o “bum”
Da inconseqüência pervertida,
Destruída fica a confiança na união.

E um coração magoado pela traição
Arrasado e ressentido fica,
Sem ter onde por os pés no chão
E o preço que se paga... È a solidão.



Cesar Moura

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Imaginação

IMAGINAÇÃO


Sincronia na poesia,
Tese em astral
Mede o estado de espírito
No universo racional...
Toda a razão do saber
Vem do querer,
A energia cósmica rege o natural.

Microfonia na poesia,
Berra o som em tom maior
Da vertente rima emocional
Invocando o paradigma sentimental
Descrito com precisão
Os desejos do coração
Desenterrando os segredos do amor,
Revelando a paixão.

Sintonia na poesia,
Preste atenção...
Ouça a melodia
Como se ouvisse uma canção
De resto... Deixe fluir a imaginação...



Cesar Moura

sábado, 12 de setembro de 2009

Encruzilhada

Encruzilhada

O sonho de um amor profundo,
No mundo...
Nunca poderá acabar.
À aventura...
O místico brando de ternura
Ao fundo da bela cena
No azul do mar.
Com as gaivotas voando livres
Na superfície da terra,
Que berra ao som do alaúde
Saúde!
Então vamos brindar...
Esta poeira que na estrada se desfaz
Da encruzilhada que ficou para trás.
Reza a poesia nesta ata
Que desata a rima de todo o mal
Pelo nicho de brandura
Da indecisão causando ranhura
Nos caminhos que se cruzam
E seguem opostos.
Ficando sempre a interrogação
Em que vias poderia amar?
Enquanto espera amadurecer
O amor que um dia desejou nascer.
Como as folhas secas que caem de uma árvore
E são levadas pelo vento pra qualquer lugar,
Assim também é a vida
Em rota de colisão.
Abra o seu coração diante desta encruzilhada,
E não veja pilhada a sua emoção...
Será mais forte a tua chegada
Com a alegria que te satisfaz
Pois somente o amor é capaz,
Nesta vida... De semear a paz.


Cesar Moura

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Suplício

Suplício


O meu coração arde em chamas
Paixão este é o drama
Vertido em lagrimas vermelhas
No fogo da desilusão
O meu suplício é amar você
E mesmo sem querer
Não percebes o quanto me faz sofrer.

Você negou o seu amor
E entregou-me a esta dor
As tuas portas estão fechadas
Fiquei só neste castelo
E me flagelo pra tentar te esquecer.

Mesmo que me desfaça
Do sentimento aqui contido
Carregarei sempre comigo
As marcas deste amor
Que apenas me faz sofrer.

E no final irá perceber
Que ninguém te amou
Como eu te amei
Entreguei-me de coração corpo e alma
Na intenção absoluta de fazer você feliz,
É o amor quem me diz;
Sou o melhor que poderia lhe acontecer...

Te amo!
Pena que não consiga perceber,
Que te amo... Te amo... Te amo...





Cesar Moura

domingo, 6 de setembro de 2009

Meu Júizo

Meu Juízo


Procuro meu lugar ao sol
Mas não encontro lugar nenhum
Estou só em algum lugar nesta escuridão
Sendo mais um caso perdido
Vagando esquecido entre asteriscos
Riscos e vírgulas,
A gárgula escoando sentimentos como água pluvial
Descrevendo as emoções reprimidas em folha de papel
Sou o conto e também esta poesia
À procura de um final feliz
Da vida não espero nada
O que há de vir, virá do céu.

Acordo todas as manhãs
Tendo como café
Minha inspiração, uma caneta e um pedaço de papel
Sei que apesar de tudo isto
Sou o réu do meu juízo
E valorizo o que sou...

Sou o que sou
O dito... O bendito,
O que sou?
Talvez um ninguém...
Mas quando por juízo sou julgado
É porque sou alguém.




Cesar Moura

domingo, 30 de agosto de 2009

Transfiguração

Transfiguração

Escuridão profunda
Inunda meu coração
Solidão vagabunda
Afunda a minha vida
Em amarga desilusão.

As trevas que atravessei
Deixaram em mim marcas profundas
Que me agonizei de dor
Com o dissabor das emoções pervertidas
Em ardente sabor de pimenta
Que atormenta igual ao fogo
O vão da minha consciência.

O saber da minha existência
Na ciência da exatidão
Busca a certeza em um flash de luz
O meu lado “são” nesta transfiguração
No buraco negro da vida
Que consome tudo
Sem deixar uma força se quer...
O meu ego em depressão,
Embora não me dê por vencido
Sigo mesmo ferido e carente
Com as vertentes lágrimas,
Neste sentimento comum
Por ser agora mais um solitário que jaz
Sem paz, a procura da própria razão.


Cesar Moura

Rumores

Rumores


Tambores tocam em eco pelo vento
Rumores que atravessam o tempo
O sentimento poético em fragmento
As vozes criam a melodia
...Sinfonia dos amores.

Poesia é a mania
Companheira dos meus sentimentos
É o sétimo sentido fazendo história
É a glória do momento
Me reinvento nesta forma
Na fórmula do elemento comum
No sentimento posto a prova
Que desaprova todo sofrimento.

Poesia minha amiga
Pelo bem que lhe quero
Lanço-a como flores
Em sentido aos rumores,
É chegada a sua vez...
Minha doce poesia.



Cesar Moura

Sino

Sino


Sou como um sino de igreja
Que do alto campanário
Nesta vida desatina
Badalando o meu timbre em suave tom.

Se a minha sina desafina o som
Saio da rotina a procura de um dom
Como “Dom Quixote” o cavaleiro andante,
Errante vou em busca da minha ilusão
Pois o destino este cruel capataz
Sagaz e pomposo de surrealismo
Fere de dor o sincretismo do amor
Se me tocam, vibro a badalar.

Sou como um sino no alto da catedral
O símbolo da fé
A torre, o pináculo central
Tenho o meu valor
Como elemento sonhador
De um espetáculo hilariante
Que diante de teus olhos se desfaz.








Cesar Moura

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Devaneio

Devaneio


Queria ser uma estrela e brilhar no céu
Só pra ver você me olhar
Queria ser a lua pra te iluminar
Ao anoitecer
Queria ser o sol pra te aquecer
E bronzear o seu corpo inteiro
Queria ser a água que cai do chuveiro
Pra molhar seu corpo no banheiro
Queria ser a sua cama e o travesseiro
Para te acomodar com todo carinho
Queria ser o amor
E dividir com você a minha vida
Queria ser a paixão
E morar dentro do seu coração
Queria poder dizer que te amo
O tempo inteiro
Queria ser um amigo verdadeiro
Um amante e irmão
Queria ser o seu companheiro
Pra viver ao seu lado
E jamais te deixar na solidão
Você é tudo o que eu queria
A luz que me da alegria
É à noite e o meu dia
O desejo que me contagia
Só não te quero como uma utopia
Como uma frase vazia
Haveria nos sonhos meus
Espaço para abrigar os planos teus
Pois quero fazer parte de seus planos
Para que faça parte dos sonhos meus
E vivamos felizes para sempre
Em meio a este devaneio.



Cesar Moura

domingo, 23 de agosto de 2009

Primavera

Primavera


Voa ao amanhecer o bem-te-vi
Com a rolinha e o coleirinha,
Logo vi o canarinho
No alvorecer de um novo dia.

Flores nascem na primavera
Cantando a paz com alegria
O sabiá-laranjeira
Na figueira florescida.

Faz do sol o seu brilho mais intenso
Que logo penso em admirá-lo,
Jardins e bosques ganham mais vida
E muito mais cores
E os poetas, novos amores.

Jaz esquecida a míngua de secura
Do inverno frio que secou até a quaresmeira
A fumaça cessa na lareira
O calor alcança a soleira.

Janelas que se abrem
Dando espaço para um novo ar,
E quem me dera respirar com liberdade
Vendo um botão de flor se abrir
E os pássaros livres a voar.

As crianças figurantes emissárias
Deste novo tempo
Alegre em suas travessuras
Correndo atrás da borboleta
Andando de velocípede ou bicicleta
Dão a ênfase a esta questão;
O quanto é bom viver.

A saber... É hora de renascer
Pois é chegada à primavera.


Cesar Moura

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tese

Tese


Sou um contista imaginário
O poeta solitário
Um justiceiro em revestrés
Oriundo nesta tese emocional.

Sou o meu lamento
Que atormenta o meu eu
Sou este elemento que aventura...
A figura racional.

Também sou o fator que outorga a lucidez
Como um louco tecendo minha morbidez
Esperando a minha vez chegar;
Pra viver, ou simplesmente morrer...
Sei lá!

Sou um fragmento literário,
O elemento elitário
No cenário de toda esta ilusão,
Sou a peça desprendida
De um corpo que não para de envelhecer,
Segundo a vaidade que me toca sob medida
Na virada recalcada desta vida,
Já pensei ser muitas coisas
Mas me conformo em ser apenas eu...
O poeta solitário.



Cesar Moura

domingo, 16 de agosto de 2009

Quimera

Quimera


Oremos por nossa terra
Pelo fim de todas as guerras
Que deveras nos tira a paz
Vamos ver a luz do sol
Vertendo na escuridão
Abra o seu coração
Para o amor superno e fraternal.

Pode ser que a luz das estrelas
Um dia pare de brilhar
E que os pássaros lá no céu
Também deixe de voar...
Mas o amor nunca deverá cessar.

Quimera alusão no coração desfaz
Transforma a dor em paz
Quisera ter você o dom deste poder
Do amor forte e viril
Da inocência infantil.

Nunca perca a esperança...
Seja forte meu rapaz
Como a trança que refaz
O elo reforçado do script por esta ficção
Do amor firme e real
Que clama pela paz.



Cesar Moura

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cinderela

Cinderela


Ao caminhar pela passarela
Fui conquistado por uma forte paixão
Transitava por ali a bela donzela
A mais bela do meu coração
Fui fisgado pelo olhar dela
E transtornado fiquei de emoção.

Cinderela, princesa encantada
Olhe pela janela
E veja a situação
Que você me deixou.

Se um dia voltar e andar por esta passarela
Lembre-se de mim Cinderela meu amor...
Estarei te aguardando
Como quem ansioso
Aguarda o nascimento de uma flor.



Cesar Moura

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pega o Pão

Pega o Pão


Desculpe esta prosa
Caviar pra rico só de ova
De pobre é sagu
Coma deste angu
E vá sobrevivendo
Goma de farinha
Não faz mal a ninguém
E se alguém comer broto de bambu
Que dê um arroto e passe bem
O importante é não passar fome
Pega o pão e come
Paga pelo que tem.

Fartura é comer vitela,
Pendura é não ter um único vintém
Pra comer um caldo de costela,
Ainda olhar pele janela
E saber que a fome logo vem...





Cesar Moura

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Religião dos Inocentes

Religião dos Inocentes


Haveria pecador que não careça por perdão?
Fábulas malditas indulgente a perdição
Extorquiram a nossa fé de qualquer jeito
O sacrifício oferecido arde no peito
Com o amor que vem do coração da gente
Mais quente que o dízimo da irracional devoção
Pregando a religião dos inocentes
Saqueando o Cristo na cruz do calvário
Sem saber se é o bispo ou vigário.

A minha fé não corresponde com a pregação
Mas... A luz de Jesus remete a paz
No mais pleno mandamento de boas novas e amor
Oferece de graça à humanidade a salvação
Requerendo como sacrifício fiel
Apenas o sincero louvor
Fé não é medida por cifrão
É o fundamento de algo que não se vê
Agradando a Deus amando o seu irmão
Neste mandamento tudo se encerra
É isso que o Senhor de nós espera
O nosso amor ofertado como adoração.



Cesar Moura

domingo, 9 de agosto de 2009

A Torre

A Torre

A vida é uma torre
Se viva está erguida.
Sua ruína é só pó.

Na devastação da humanidade
Muitas torres foram derrubadas,
Sobrando apenas destroços
No pequeno coração.

É uma ironia do destino
Ou afã do acaso
Que o nosso mundo é uma Torre
Linda torre que suporta a vida

Duas torres existem
Em partes diferentes deste mundo:
Uma é construída com orgulho
E na massa, há arrogância
Falsa liberdade em que o rico come bem
E o pobre come ração

Outra torre tem arquitetura medieval
Luta-se para manter esta erguida
Limpando-a com a sangue inocente
Justifica-se que é religião
E é fundamental

Deus não faz acepção de pessoas
Construtor incomparável
Faz da vida torre forte em suas mãos
Dando ao homem eterna esperança
De receber a salvação.




Cesar Moura

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Almirante Negro


Almirante Negro


A revolta da chibata
Pôs um ponto final no convés
É o revés de uma história
Que venceu os coronéis
João Candido Felisberto
O almirante negro
Enfrentou os marechais
Conquistou em sua armada
O comando do “Minas Gerais”
Os marujos conspirados
Revoltados pelos castigos aplicados
Acenderam o estopim pra este motim
Não queriam mais ser tratados como escravos
O clarim pediu combate
No silêncio pôs um fim
E a Guanabara enquadrada
Rendeu-se a sua esquadra
Mas depois de tudo resolvido
Este pobre marinheiro negro
Foi detido com os demais companheiros
Sendo banido da marinha
Viveu o seu conflito pessoal
Mas como tal...
Jamais será esquecido
“Almirante Negro
O herói nacional.



Cesar Moura

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Raiz Cultural

Raiz Cultural


A saga em contínua provação
Prova que a raça avança na miscigenação
Resistindo as injustiças desde os tempos da escravidão.

Superação em massa...
O negro é raça forte
Resiste à própria sorte
Sendo hoje o seu senhor
Com o amor ardendo no peito.

A expressão que se tornou mais forte,
No esporte e a arte
Como parte da nossa cultura popular
O samba musica e poesia
Esta na linguagem comportamento e atitude
Da cor que carrega a virtude
De não ser melhor que ninguém,
Sendo apenas bom por ser alguém.

A nossa pátria é o mundo
A mãe África o nosso berço... A benção, uma nação
Angola, Moçambique, Costa do Marfim
O negro é assim;
Tem o sorriso maroto
Do moleque mulato
A alegria como prato principal
Esta na feijoada o legado desta mistura
Dentro da cultura nacional,
África-Brasil... Raiz cultural.



Cesar Moura

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Raizes

Raízes


Saga que cega o homem
Sem nome segue além
Seu destino a servidão
A dor no porão do negreiro
O nevoeiro deixou para trás
A mãe África... Continente generoso
Agora distante e doloroso
Horroroso opróbrio da escravidão
Açoites, argolas, gritos e dor
Dentes serrados... Angola nunca mais
Cativo de sua terra natal
Nativo de Moçambique
Guerreiro do Congo e Bissau
Desembarcou assustado
Pescoço acorrentado
A escravidão agora é um novo inimigo
Que precisava ser derrotado
Mas apenas ser negro já era complicado
Ter na cor a raça
E por sua massa ficava logo marcado
Sendo vendido como produto em pleno mercado
Quem se negava ao trabalho escravo
Era pendurado no poste, castigo e açoite
Dia e noite até a morte
Pra vencer a senzala não bastou apenas ser forte
Tinha que ter no sangue o desejo de liberdade
E um grito surgiu nos ares
No quilombo dos Palmares
E em muitos outros altares
Nos pilares dos quilombos
Onde se abrigou a cultura
A estrutura de um sonho livre
Que nunca acabou,
As raízes fincadas em solo estrangeiro
Crescem fortes e guerreiros
Levando adiante a alegria
Que um dia foi um soluçar de dor.


Cesar Moura

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rosa Branca

Rosa Branca


Sinto a brisa que desliza sobre mim
Ser-me-ei feliz assim
Colhendo rosas brancas pela paz
Antes que jaz o entardecer
No limiar de um velho dia,
Crepúsculo para todo ser
Ser... Ou não ser?
Já não é mais a questão
Tenho o direito de ser feliz
E desfrutar o gozo de toda paz
Brisa que voa com o vento
Sinto o seu mover no ar
Traz a chuva serôdia
Pra regar a rosa branca
Que brota e logo vai desabrochar,
Irá representar a felicidade e também a paz.





Cesar Moura



68

sábado, 1 de agosto de 2009

Independência ou Morte

Independência ou Morte


O brado...
Montado a cavalo
Escorregou na sorte
“Independência ou morte!”
Não foi de verdade,
E... Nem tão forte assim.

Pintura inusitada
Do lusíada ali parado
Deu seu berro exagerado,
Independência pra que te quero
Se não o for pra própria morte.

Não faço parte desta corte
Mas curto muito tudo isto
O exagero deste grito
Virado feito mito.

O mitológico Dom Pedro e seu cavalo
No ralo do riacho Ipiranga
Desceu escorregando na história
Por ele representada.

Nas duas opções que nos deu
A segunda atualmente é mais usada,
Afinal independência se perde com o tempo
Mas a morte,
Com o tempo ele nos acha.


Cesar Moura

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sentinela

Sentinela


Sinto na luz o que sou...
O vigia da torre,
Uma sentinela.

Neste caminho que conduz
Ao incógnita inesperado
Que observa da janela
Aqui parado...

Faço-me em pé a sentinela!
Não há sentimento ou golpe inoportuno
Que faça me desfalecer,
Serei como um condor
Observando o possível predador.

Sou a caça,
E também o caçador...
Sonhador inerte
Perdido em meus pensamentos
Com o olhar vertido
No sentido absoluto da razão,
As armas que possuo
São apenas pra me defender.

Essa luz que sinto agora
Desperta o sentimento
Que faz entender...
O amor que tenho
Naquilo que sei fazer,
O meu prazer
É ser esta sentinela.



Cesar Moura

domingo, 26 de julho de 2009

Anti-Semitismo

Anti-Semitismo


Desfeitas...
Não param nem pra pensar
Que igualdade é um fato elementar,
Somos o composto das nossas indiferenças
Nas crenças e na cor,
Pelo ódio e amor.

Preconceito desgraçado!
Conceito antecipado por não gostarmos
Daquilo que não conseguimos compreender,
A nossa ignorância
Pela intolerância no anti-semitismo
Explodindo como bomba nuclear.

O que há de ser de todos nós?
O nosso ser desfalecendo
Sem o benefício do amor,
Do amor que vence as aparências
E supera as diferenças.




Cesar Moura

sábado, 25 de julho de 2009

Cristal

Cristal


Sou feito assim... Tão tal!
No meu jeito assim... Meio animal
E às vezes frágil como cristal,
Se caio me estraçalho feito frangalho.

Ah! Mas não faz mal... Cristal é feito de areia fina,
E a sina da minha vida feita assim tal...
Sendo apenas um elemento natural,
Desmanchando-se nesta rima... É perfeitamente racional.

Em geral não me deforma,
Não me dê forma,
Não me estorna,
Afinal... Sou mesmo apenas um animal sentimental!






Cesar Moura

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Nanci

Nanci


Nasci pra te ver
Nanci, tão real é o prazer
De nascer para conviver
Com uma amiga sincera e leal
Como é você.

O teu sorriso singelo e natural
Vem do sentimento fraterno,
Da emoção racional.

Queria apenas dizer-te;
Que... Ser apenas um poeta não me bastaria,
Se não pudesse expressar
Que uma amizade assim tão legal
Deveras receber esta glória
Que a faz merecer.

Nanci nasci pra te ver
Voando bem alto...
O mais alto que a vida puder te levar
Pois para ti todo sucesso é pouco
E assim como louco desejo ver-te
Nesta vida sempre a vencer.




Cesar Moura

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Vale da Sombra

O Vale da Sombra


Cracolândia...
O palco do centro decadente
Lá não é a “Disneylândia”
E nem um jardim de infância.

É o vale da sombra da morte
Até a própria sorte desistiu de morar
Naquele maldito lugar.

Parece um filme de terror
No cenário dominado pelo pavor
Dos espectros viciados, zumbis perambulantes
Transtornados por uso de crack
Vagam errantes naquela zona franca
Francamente... Esperando a morte chegar.

Cracolândia existente
Persiste em existir
A síntese desta cena que vemos por aí
Em outros lares
Em outros lugares
A terra do nunca
Um mundo de ninguém
A boca do lixo
O trecho perfeito
Para o final de alguém...
Pobres viciados,
Do vale da sombra da morte.



Cesar Moura

sábado, 18 de julho de 2009

Minha Confissão

Minha Confissão


Dramaturgia tão sincera
Drama que se encerra
Com a minha confissão.
Eu confesso!
Confesso que errei...
O meu pecado disfarçado,
É uma ruína machucando o coração
Não consigo mais viver assim
Sem confessar o mal que fiz a mim
Quando neguei pagar o preço
Por um amor totalmente sincero,
E agora me redimo aos pés da cruz
Buscando encontrar uma luz
Que me traga a redenção.

Meu Deus,
Não posso usar o seu nome em vão
Mas peço a ti por mim perdão
Se os teus mandamentos desprezei,
Peço-te meu Senhor
Para segurar em minhas mãos
E a tua benção vem me dar
Pois sei que o amor que tens por mim
Excede a todo entendimento.
O meu sentimento
Trouxe-me esta culpa,
Fui um pecador comprometido com a ilusão
Bastou apenas uma palavra
Para trazer-me de volta à razão
A fé absoluta
E a minha confissão.

Eu me rendo!
E me arrependo...
Peço-te meu Deus por teu perdão!



Cesar Moura

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Relva Fina

Relva Fina


Na clareira lá da mata
Capoeira a relva fina
Onde canta o sabiá
Tangará não desafina.

Sigo o meu sonho
Como n’um clarão de trovoada
Vou rompendo este destino
Para encontrar a minha amada.

Viajei pelas cordilheiras desta vida
Em plena selva da ilusão
Foi lá que escondi o meu jardim secreto
Para não revelar a ninguém
Os segredos da minha paixão.

A mata virgem... Donzela inexplorada!
Lhe admirei minha princesa encantada,
Nas margens do riacho
Que conduz ao coração.

Na relva fina,
Perto da fonte cristalina
Desejei muito o amor desta menina...
Naquele jardim secreto
O certo era ter lhe amado,
Com toda a emoção.



Cesar Moura

terça-feira, 14 de julho de 2009

Concílio

Concílio


Neste conselho nada consta,
Data o concílio do consenso natural
A hipocrisia refletida no espelho
Daquele velho costume magistral...
Cuspo com nojo deste estrume animal!

O próprio mal se alimentando desta rotina
Como o criado de uma sina
De um fato ovacional,
Sendo ainda... O que mais decepciona
É a tal da conduta devocional
Aplicada nesta liturgia
Do panorâmico ambiente político nacional
Vivida lá no planalto central.

O feudal senhor do engenho
Perdeu-se sem empenho
Na poeira do passado,
Neste traçado do futuro que nos espera...
Quem me dera tivesse um conselho para dar!

Siga em prumo o teu caminho
O tempo não vai parar
E só temos esta vida para viver,
Independente da nossa pose social.




Cesar Moura

sábado, 11 de julho de 2009

Com Todas as Letras

Com Todas as Letras


Zombam de mim
Devido ao meu português ruim,
É sempre assim...

Mas não sabem que existem pessoas
Que fazem o mal com todas as letras,
É... Os picaretas!
Aqueles que enganam, roubam e matam.

E ainda temos aqueles que se corrompem
E prostituem-se para viverem bem.
Sem esquecer é claro...
Dos nossos doutores da política,
“Os lobos saqueadores”
Que nos roubam com todas as letras.

Más... Em contrapartida
Temos quem faça o bem
Sem nenhuma letra,
Fazendo apenas por amor.

Riem da sua escrita errada
Quando trocam um “c” por um “s”
Esquece que é deste,
Mesmo sem o domínio da perfeita gramática
A prática de fazer o bem.

Talvez no último momento de nossas vidas
Nos restará um balbuciado
O suspiro, uma palavra ainda que errada
Clamando por mais um fôlego de vida.

Do que adianta todas as letras
Se no final é para alimentar apenas
A nossa vaidade.



Cesar Moura

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Bandeira Branca

Bandeira Branca


Abaixem as armas,
Abaixo a violência,
Ponha as mãos na sua consciência!

A delinqüência torna-se banal
Propagando a violência
Através do ato criminal.
Nesta guerra entre policia e ladrão
O escudo somos nós...
O “Zé Povinho” este indefeso cidadão.
Não existe proteção
Dentro de casa ou fora do portão
As ruas foram tomadas
Por este trágico mal;
Do tráfico das drogas
Da ameaça prometida...
Daquela bala perdida
Que atinge a inocência
Em qualquer camada social.

Bandeira branca amor
Não chore mais...
Rogaremos pela paz,
Por nossa juventude
Façamos da palavra a nossa atitude,
Vamos proteger as nossas criancinhas.

Abaixem as armas,
Abaixo a violência,
Ponha as mãos na sua consciência!



Cesar Moura

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fantasia

Fantasia



Contos de fadas não irão me impressionar,
Um unicórnio branco a percorrer
Os vastos campos grandes
Não podem me salvar
Desta agonia...
Do desejo de amar.

Esta fantasia não pode acabar,
Deliro a cada dia tentando encontrar
Um mundo encantado onde possa me esconder
Pode ser em “Alphaville”
Ou então em “Zanzibar”.

Sou um viajante solitário
Enfrentando esta saga distinta
Usando como tinta as nuances do amor
Porque nesta vertente pinto o sonho meu,
E neste mundo encantado
Me desencanto sentado no canto
Apenas pra ver o tempo passar.




Cesar Moura

Alma Ferida

Alma Ferida

A alma ferida e machucada
Anda carente de amor
Essas feridas mal resolvidas
São chagas profundas de dor.

Tão de repente me vi perdido
E em um mundo de mágoas e rancor.
Me vi encurralado como um soldado valente.
Fui em frente e defendi
A minha alma daquela crise de horror.

O trauma vencido jaz esquecido
E hoje a minha alma transborda
De paz e amor.

A alma alegre regozija de alegria
Pois no caminho onde passo
Brotam sementes de amor
E agora eu sei
Sou um vencedor.






Cesar Moura

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ilusão


Ilusão


Neste jarro frágil que é a vida,
Me desfaço de toda ilusão
Nesta lida extrovertida.

Não me embaraço em contrapartida
Pra não ser ferido com tamanha frustração
Na desenvoltura deste viver
Há um caminho que se perde
Entre a alegria e o sofrer
Causando magoas a este pobre coração.

Neste ágil mundo de loucos
São poucos os que conseguem sobreviver
Sem envolver-se com o universo da ilusão.

Pra que viver a procura
Da terra do nunca?
Se nunca irei encontrar este lugar
Seria como procurar no amor
Uma lenda da paixão
Encontrando apenas este vão...
Num frágil mundo de ilusão.






Cesar Moura

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Fã Solitário

Fã Solitário


Apagaram-se as luzes
Fecharam-se as cortinas.
Neste cenário triste que termina,
Fica por aí... O fã solitário
Na espera de mais uma canção.
A emoção dará espaço a este vazio
Que fica marcado no coração.

Nada mais será como era antes,
E antes que o dia amanheça
E não mais floresça nesta terra;
Vou gritar o seu nome
Para o mundo inteiro ouvir,
Não se despeça assim
Nunca se despeça de mim
Não é fácil dizer adeus
Para as coisas que a gente gosta,
Sempre gostei de ouvir você cantar.

Só peço mais uma vez,
Pra sentir o timbre da sua voz
As lembranças que ficarem
Serão como luzes a lembrar deste cenário
Que jamais esquecerá
Este seu fã solitário.



Cesar Moura

domingo, 5 de julho de 2009

Flor

Flor


Aquela flor que lhe dei
Representava o nosso amor
Ficaste, no entanto triste
Em perdê-la no caminho
Voltaste a procurar
Mas não conseguiste encontrá-la
E agora vives a chorar
Pelo descuido que tiveste
Ao perder esta preciosa flor
Colhida com carinho
Pra representar o nosso amor.

Minha amada não te preocupe
Não perdeste o meu amor
Pois ainda vivo a te amar
Como sempre lhe amei
E quando voltar a ter contigo
Trarei-lhe outra flor
Colhida com o mesmo carinho
E com muito mais amor.




Cesar Moura

sábado, 4 de julho de 2009

Floresta Negra

Floresta Negra



As arestas desta vida
São mais que simples ilusões
Nesta floresta negra.
No escuro labirinto da perdição,
Sinto a premunição...
Do obscuro ideal contido pela frustração.

Sentado... Ainda que muito assustado,
Espero pelo cavaleiro da fé
Dos homens esquecidos,
Que vivem perdidos neste bosque da solidão
Mas o que vejo pelo caminho;
São muitos corações feridos
Perfurados por espinhos.

Não havendo esperança,
Muitos se deflagram
Esquecendo o propósito em viver...
Enquanto sobrevivo livre neste meu sonho
Com a verdade guardada no coração,
Como dentro de um pergaminho.

Porque me fará ver;
Mesmo que no mais profundo abismo deste mundo,
Haverá sempre uma luz a guiar-me
Por um novo caminho.



Cesar Moura

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Equilibrista

Equilibrista


No espaço deste vão
Eu tento me encontrar,
Não sei, se no vazio desta minha emoção
Daria para me equilibrar,
Pois a vida que enxerguei
É como um trapézio
Que quase caí quando escorreguei,
E se não me seguro
Ficaria n’um apuro
Que não daria nem para contar.

Existem momentos nesta vida
Que não encontro um lugar se quer
Em que possa me apoiar.

No balanço deste fio
Chego a tremer por balançar
E ainda me chamam de maluco imprudente
Por viver no limite da razão,
Mesmo sendo mais um equilibrista
O meu lado “são” é o artista
Que me salva de toda esta confusão,
E se me distraio... Olha que caio!
Mas não saio sem devolver o pó ao chão.





Cesar Moura

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Recompensa

Recompensa



...Não tenha medo do amor,
Certo... Quem ama sofre,
Mas, não ao ponto de morrer
Do que adianta viver,
Se não puder amar.

Existem varias razões para dizer
Que o amor é um sentimento racional,
E excede em muito as emoções
Deste nosso lado sentimental,
E se o medo impede em amar
Também impede de viver,
Quem ama vive para servir
E por isto serve para viver.

...Não tenha medo de amar,
A vida é preciosa demais
Para se negar a este direito,
Aquilo que é perfeito
Faz qualquer um ser capaz
De entender isto.

Se entregue ao amor...
Amando, tudo compensa
E para o amor...
Sempre haverá uma recompensa.



Cesar Moura

Ramalhete de Flores

Ramalhete de Flores



Não plantaram mais flores
Acabaram-se as prosas
Secaram-se as rosas
Neste jardim da infância
Da nossa inocência.

Chegamos ao fim;
De um novo começo,
Este retrocesso veio em forma de verso,
É só recomeçar...
É tudo que lhe peço.

Você é tudo pra mim...
Bem mais do que mereço
Vem reconfortar o meu coração,
Entreguei na tua mão
Um ramalhete de flores;
Destituído assim as nossas dores.

Dos amores que trago no peito
Você foi o melhor que me aconteceu...
É o amor que veio pra ficar.



Cesar Moura

terça-feira, 30 de junho de 2009

Nu

Nu


Toda nudez contraria a castidade
Timidez é como a vergonha
Em mostrar à verdade nua e crua
Escondida por debaixo de uma capa
Por isto é que me quero cada vez mais nu.

Desfazendo-me desta vergonha
Pelo que não há do que me envergonhar
Porque sou bem mais
Do que o meu próprio corpo nu
E a minha timidez como covardia
Sucumbirá levando consigo
A minha castidade.

Se for para ser casto, puro ou impuro... Não sei
Apenas gostaria de ser santo
E não envergonhar-me em ser apenas eu;
Este simples homem nu.





Cesar Moura

O Indefinido

O indefinido


Sou o que sou
O certo e o errado
O indefinido...
O perdido e achado
Sou o direito e o avesso
O puro ou perverso
Santo ou impuro
Vivo em cima deste “muro”.

Também sou o reverso
De mim mesmo
No caminho que me construo
Me desconstruo para tornar-me
O que sou,
O nada no meio disso tudo
E neste meio em que me vejo
Gracejo pelo que vejo em mim,
Sou assim mesmo
O controlador do que não se pode controlar,
A vida.

Procuro ser muitas coisas
Mas o que deveria ser, não consigo
E assim sigo o meu destino
Sendo apenas o que sou,
O indefinido...



Cesar Moura

segunda-feira, 29 de junho de 2009

24 Horas de Amor

24 horas de amor


Pra sentir mais feliz
A minha vida
Com você minha querida
Eu queria ter 24 horas de amor,
Seria um dia inteiro de prazer
Que eu nunca mais iria esquecer.

Te pegaria em meus braços
E aos amassos sussurraria pra você,
Uivaria como um lobo
Nestas 24 horas de amor,
Seria um dia inteiro de prazer.

As coisas que iríamos fazer
Falaria baixinho em teus ouvidos
Só pra ver você gemer
Sei que tudo isso é uma loucura
Mas você é a gostosura
Que nos meus braços queria ter
Nestas 24 horas de amor,
Seria um dia inteiro de prazer.



Autor: Cesar Moura

Espectro Perambulante

Espectro perambulante


Aspecto intrigante
Do espectro perambulante
Andarilho na rua
Pessoa nua da moral que lhe despiu
O vil agressor
Provocador da indesejável situação
A dor que causa repudio
A quem os vê
Querendo ate acreditar
Que alguém jamais chegasse
A viver em deplorável condição.

Não tem idade
Nem tão pouco identidade
Mas andam pelas ruas da cidade
Comendo lixo
Vivendo como bicho
Sujo e maltrapilho
O pobre andarilho
Filho do desalento,
O lento curso de morte
É o resgate deste sofrimento
Que não é possível imaginar
Nem em pensamento.




Cesar Moura

Matemática do Amor

Matemática do Amor


Esta equação é falsa
Dizer que este amor
Não resultara em valsa
Não condiz com a nossa pauta.

Na matemática do amor,
Mais importante que a raiz quadrada
Ou subtração,
É a multiplicação do nosso amor
Pois a divisão não combina
Com a nossa emoção.

Quando somamos o desejo
De estarmos sempre juntos
O resultado é igual, e não diferente
Da alegria que a gente sente.

O resultado positivo desta equação
É a atração
E se quiserem fazer a prova dos nove fora
Descobrirão que a formula que compõem
A nossa paixão
É um segredo que jamais será calculado
Em uma simples matemática.



Cesar Moura

A História de Januario

A História de Januário

Esta é a história de Januário.
Um cabra da peste.
Homem esforçado da terra agreste,
Passando sede e fome lá na sua terra,
Resolveu ir embora.
Pegou sua jumenta e a sanfona,
Com lágrimas nos olhos
Pegou a sua família
E foi estrada a fora.
Mas agora pra onde é que eu vou?
Vou pra cidade grande,
Talvez lá eu tenha uma chance...
Junto com a Juventina,
Sua amada e corajosa esposa.
Saíram do nordeste e foram para o sudeste.
No caminho venderam sua jumenta,
Pois Januário não tinha nenhum tostão.
Compraram as passagens
E rumaram para São Paulo.
Para a cidade grande foi este homem sonhador.
Chegando então na grande metrópole,
Desembarcou com a sua prole na rodoviária.
Com três crianças bem pequenininhas
Januário olhou para Juventina,
E perceberam que o sofrimento era uma sina
Que precisava ser vencida.
Com suas trouxas e a criançada
Sentaram na calçada.
Pois aqui em São Paulo não tinha família.
Januário não tinha do que se arrepender,
Sair da sua terra era melhor do que morrer,
Sem ter a chance de vencer a seca e fome.
Arrancou sua sanfona e começou a tocar
E Juventina com as crianças acompanharam com esta canção:
Sou do nordeste e não tenho medo,
Canto uma canção que fala da coragem,
Da gente valente que sonha em comer um pão decente.
Sou do agreste e sou trabalhador.
Sonho com a dignidade de um pai de família,
Pois o único alimento que eu tenho para dar
A minha mulher e filhos é o meu amor.
Por favor, estende as mãos pra ajudar a gente,
“E nos ajude a vencer a nossa dor”.
E muita gente que ia passando,
Ajudava com alguns trocados.
Passava por lá um tal de Severino,
Que se dizia construtor.
Deu um endereço e ofereceu trabalho
Que Januário logo aceitou.
Este nordestino acreditou na sorte,
Que o destino reservou.
Foi para a pousada lá no Cambuci
E logo ali conheceu mais alguns conterrâneos,
Que com ele foram espontâneos,
Pois muitos desta gente viveram a mesma história.
E Januário hoje vive a sua glória.
Alegre e feliz, vê bem formados os três filhos.
São doutores e prestigiados.
E muito me alegra a vida desta gente,
Marcada por coragem e força de vontade.
“O Januário conta-nos a sua história,
Toca sua sanfona e tem que ser agora
“Vi a sua força na sua vitória”.







Cesar Moura

PS. A Última Carta

PS.
A ÚLTIMA CARTA


Aqui nesta trincheira
Agonizando de dor
Este pobre soldado ferido
Escreve a última carta
Para o seu grande amor
Com as mãos tremulas
Esforça-se para escrever
As coisas que lhe vinham
Naquele momento crucial.

Em sua carta dizia:
Querida, neste fronte de guerra
Vi muitos caírem sobre a terra
As bombas que explodem
Já não me assustam mais
Conheci as varias formas
De sentir dor
Mas nada dói tanto
Como viver longe do meu grande amor.

Longe de casa
Em meio a este fogo cruzado
É gozado sentir a falta
De quem a gente ama
Quando cheguei aqui
Atirava para cumprir minha missão
Agora atiro para qualquer lado
Porque sei que no coração de todo soldado
Existe o desejo de estar ao lado de quem lhe ama.

Hoje aprendi que na guerra
Não há vencedores
Viver ou morrer
Já não importa mais
Lutei por minha pátria
Depois por mim
E agora que fui alvejado
Uso as minhas últimas forças
Para lutar por você.

A única medalha que mereço receber
É por este amor
Que vive e morre comigo
Cravado em meu peito,
Te amo! PS





Autor: Cesar Moura

Jesus

Jesus


Se as ondas do mar se revoltam
Eu fico com medo de me afogar
As turbulências da vida me assustam
Parece que não vai parar

O desespero toma conta de minha alma
O que mais preciso é ter calma
Jesus não vai me abandonar
Se o meu barco afundar

Jesus vem me socorrer
E para os seus braços eu vou correr
Ao lado do meu Salvador não vou padecer
Os ventos que sopram do mar se acalmam
E se transformam em brisa suave do ar
Não mais me abalam
Pois agora caminho seguro com meu Senhor
Sobre as ondas do mar








Cesar Moura.

Luz

Luz


A luz que se apaga
Não me deixa enxergar
O caminho que me leva destino ao altar

Fonte de água eterna a jorrar
Lava minha alma para me purificar

A luz da minha alma não pode apagar
Acesa na força da fé que me faz caminhar
Nesse caminho com Jesus quero estar
Com ele no barco não vou naufragar

A luz das estrelas no céu a brilhar
Enfeitam a noite ao se destacar
O ar que respiro não posso tocar
Eu sinto a brisa que movimenta o ar

A luz que me rege me faz caminhar
Mostra o caminho aonde devo andar
Luz que não se apaga
Luz que me afaga
Jesus a minha luz.








Cesar Moura.

Favela

Favela


Morada no morro,
Na beira da estrada
A comunidade pede socorro
É mais uma cidadela,
Na próxima parada
Nos becos e vielas,
O refugio abrangente por falta de opção
Às vezes dói no coração
Ver a moradia simples de um humilde cidadão,
Que é o melhor de nossa gente.

Lá na laje a garotada se diverte
Aquele pivete jogando bola no campinho
Entre barracos e construção de alvenaria,
Vejo aquela tia estendendo a roupa no varal
A igrejinha o ponto de pregação,
Disputa o espaço com os bares e botecos,
Nos corredores apertados.

Comunidade na favela,
Lá reside uma grande união
Separada da riqueza pelo limite social
Lá também tem gente bonita,
Cultura e educação
Pode até não ser tão bela,
E nem é feita só de pobreza
Pode acreditar, existe vida na favela.




Cesar Moura.

Nuances

Nuances


Vem amor
Preciso de você
Vem amor
Mas venha pra ficar.

As varias nuances do amor
Ajuda-me a te enxergar
Só quero o seu carinho
Preciso te conquistar.

O seu cabelo
O seu corpo
Tudo em você
Me faz balançar.

Me faz um dengo gostosinho
Me faz um cafuné
Eu quero te beijar.

As varias nuances do amor
Ajuda-me a te enxergar.

Vem amor
Preciso de você
Vem amor
Mas venha pra ficar.



Cesar Moura

Avassaladora

Avassaladora

Por esta paixão
Não sei se domino,
Ou se sou dominado.

Quero ficar ao seu lado,
Prefiro abraçado
De rosto colado
Com nossos lábios selados,
Te sentir muito louca
Repartindo comigo
O calor do seu corpo.

Esta paixão que descontrola,
Assola o meu coração
Faz-me escravo deste desejo
E não anseio me libertar
Desta paixão avassaladora.

Contigo vou desfrutar
Até o infinito se precisar,
Pois quero muito te amar
Para sempre...
Te amar!

Cesar Moura

Clã da Macaca

Clã da Macaca


Cuidado, perigo!
Lá vem a clã da macaca
Ataca e atraca na base da metranca
Espanca e pode até ser que mata
Não teme a tranca
Pois dentro do sistema o esquema é mais forte
A morte para o clã é a sentença final.

É banal violar a lei
A ética moral não tem poder
Diante do ladrão, bandido ou traficante
Distante, neste mundo paralelo
Pintam de vermelho o verde e amarelo.

Educado no “corró”
Não sente dó
O nó que o segura neste mundo
Pode desatar a qualquer segundo
Levando-o da terra ao pó
N’um abismo bem profundo.

Na vã consciência deste clã
Nós não somos nada
Talvez apenas um alvo
E nunca estaremos a salvo
Desta corja de abutres assassinos
E nosso medo e pavor
Alimenta a cede que eles têm
Por este tipo de poder.



Cesar Moura

Trilha Sonora

Trilha Sonora


Recomeçar... Com a dor da sua ausência,
Requer paciência...
Este vazio que ficou... É pra marcar,
O seu lugar que ficou aqui,
Quando olho as flores no jardim expostas ao tempo,
Lembro que você também já foi assim
Admirado em teu desabrochar.

O teu viver foi como um piscar de olhos
Inutilmente viveu a glória, que te consumiu.
Desfez-se no vento... Inesperado momento!
Agora vejo como um filme a passar, em sua memória...
Contando a história de seu tormento;
Desesperado choro... O meu lamento é ver a sua dor.

Só resta agora uma canção de amor,
E todas as vezes que ouvi-la irei lembrar,
Que esta é a sua trilha sonora,
Que agora faz parte de nosso viver.
E mesmo que os holofotes se apaguem sobre o palco,
Sei que o seu lugar estará sempre ali...
Mesmo que as cortinas se fechem,
O show tem que continuar.



Cesar Moura

sábado, 27 de junho de 2009

Overdose


Já faz tempo
Que embarquei nesta viagem
Dopado neste pensamento
Ainda sinto vontade de voltar
Ao ponto de partida.

Mas a bagagem
Que me vicia
Escraviza minha vontade
Tirando vantagem do meu ser.

Esta dependência química
Que me alucina
Leva-me cada vez mais
A uma viagem sem rumo
Sumo dentro deste consumo abusivo
Destruindo minha alma
E um pouco da razão
Que me resta.

Às vezes tenho vergonha
De ser quem sou
Um drogado e delinqüente
Viciado e dependente
Mas me esquivo da mão
Estendida para me ajudar
Porque a loucura da brisa errada
É mais forte que a própria razão
E a overdose
Que procuro
Talvez seja o ponto final
Pra toda esta situação.




Cesar Moura
Alma Ferida

A alma ferida e machucada
Anda carente de amor
Essas feridas mal resolvidas
São chagas profundas de dor.

Tão de repente me vi perdido
E em um mundo de mágoas e rancor.
Me vi encurralado como um soldado valente.
Fui em frente e defendi
A minha alma daquela crise de horror.

O trauma vencido jaz esquecido
E hoje a minha alma transborda
De paz e amor.

A alma alegre regozija de alegria
Pois no caminho onde passo
Brotam sementes de amor
E agora eu sei
Sou um vencedor.




Cesar Moura.
Fada Madrinha


Eu gostaria de decifrar os códigos da vida
Para entender melhor os segredos desta paixão
Pois quando olho para você
Sinto uma alegria de tirar os pés do chão
Da boca deste homem
Provém o que está cheio o coração

Estou apaixonado por você
Minha fada madrinha
Você é uma princesa
É a minha rainha
És linda de se admirar

Sou um plebeu e não tenho riquezas a lhe oferecer
Tudo que lhe ofereço é o meu amor e apreço

Te amo ao te ver chegar
Te amo ao te ver passar
E para sempre desejo te amar

Não me envergonho do que sinto
Os bons sentimentos eu tenho que expressar
Fada madrinha, você conseguiu me enfeitiçar!





César Moura.
Seu Retrato

Ao descer naquela estação
O tempo parou para mim
A dor daquela emoção
Doeu fundo em meu coração
Despedir-me daquela que outrora
Fora a fonte de minha inspiração

Amiga, não pude dizer-lhe adeus
Pois é grande a consideração
Que trago por ti
E forte também é a saudade
Que trago em meu peito
O meu defeito é não saber ficar só.

E naquela estação
No rosto daqueles que passavam por mim
Eu via o seu retrato

Amiga ofereço-te o meu abraço
E um espaço na galeria da amizade
Que pertence somente a ti
E na parede da memória
Ficará para sempre o seu retrato.






Cesar Moura.
Mais nada


Desde que você se foi,
O tempo parou em minha vida
E tudo que você deixou se foi com o tempo,
Não ficou mais nada.

No silêncio do meu quarto,
Reparto as lembranças que restaram
Com o vazio que em mim ficou,
Já não sei de mais nada.

Vejo através do meu triste olhar
Uma foto de nós dois
E lembro como era lindo o nosso amor,
E nada daquilo que foi sobrou,
Não restou nada.

Como posso viver assim?
A marca que você deixou em mim
É o resultado deste sentimento profundo,
Que agora se apaga,
Como uma lâmpada queimada
E de você enfim
Não restou mais nada.





Cesar Moura
Lenha


Venha, não sou da Penha
Mas tenho muita lenha
Pra gente queimar.

Venha, e não se detenha
Vê se não acanha
Quero te namorar.

Sonho com nós dois na cama
E vivo em meio a este drama
Por isso não estranha
Se me apaixonar.

Nesta vida quem não bate, apanha
Com você eu quero
Bater e apanhar.

Quando a gente sonha
Com um amor de verdade
Na realidade viramos lenha
Para se queimar
De tanto se apaixonar.


Cesar Moura
Sou Black
Rock, pop, e hip hop.
Nesta arte me encontro
Nas cores do grafiti
A arte faz a moda
E vejo tudo acontecer
No meu jeito de ser
Estilo psicodélico
E nem me importo
Me comporto como numa foto
Sou o desenho abstrato
A figura em minha própria animação
A emoção da arte contemporânea
Conterrânea na firmeza
Da linguagem à pintura,
É a nossa arte expressa na cultura.


Autor: Cesar Moura
Rota de Colisão


Às vezes em nossas vidas
Caminhamos em rota de colisão
Deflagrada a propulsão
Remete a inevitável colisão.

Acontecimentos que conduzem
Em vias paralelas
A nossa história
Colidindo no cruzamento
Desta nossa dimensão.

Fatos mudarão
E muitos não sobreviverão
Aos acidentes nesta rota de colisão.

Os sobreviventes carregarão
Os traumas e as seqüelas
Enquanto outros lucram
Com toda esta situação.

E para os que saírem ilesos
A recompensa é a própria vida
Pois o que mais importa
É a continuação...





Autor: Cesar Moura
Ordem e Progresso


A ordem e progresso
Estampado neste verso
Pode ser o reverso
Que não leva a lugar nenhum.

Vejo o verde daquela flâmula
Que flameja
Ou seja, aquela realeza
Que se diverte a esmo
Mesmo que esteja próximo da mesa
E não consiga se fartar.

Disfarça,
Fecha os olhos e goza
O negócio é se conformar
Com o amarelo desbotado
Que misturado ao branco encardido
Pela poluição
Esconde o azul anil
Que de gasto já sumiu.

Mas quem é que se importa com isso
Pode até dar rebuliço
A corrupção generaliza
E no final tudo acaba em pizza.





Cesar Moura
Nau



Minha proeza sabatina o véu
No céu que desapareceu
Nuvens de temporal escondem a luz do sol
Navego então ao léu...
Visando encontrar o farol.

A esperança não vai naufragar
Nesta nau absoluta,
Nave resoluta enfrentando as ondas do mar
Ainda que procure o meu porto seguro
Um caís para atracar.

Meu coração será como uma bússola na mão
A procura de um grande amor
Sempre seguindo a maré
Até onde a paixão me levar
Não canso de procurar.

Mas temo o amor pirata
Que venha em uma fragata
Para pilhar o meu coração
Isso minhas velas
E fujo pra alto mar...
Sei que a solidão é um refugio
Para abrigar a minha emoção
Todavia quando puder
Enxergar as estrelas no céu
Seguirei a minha rota
Sabendo que o meu amor
Ainda haverei de encontrar.



Cesar Moura

Reticencias

Reticências


Foste embora amigo
Mas deixaste o vão...
Reticências ao que digo.

Não...
Não tenho palavras
Em meu coração
A expressar por ti
Merecida consideração.

Paciência...
Foste embora...
Embora deixaste este vão
Nada se compara
Quão grande dor ficou
A ser vencida.

Neste suplicio
Devaneia a minha alma
Resgatando nas lembranças
Qualquer coisa
Que desperte coragem
Para prosseguir só.

O nó que desata
Em minha garganta
Adianta o desespero
Ao ver partir
Quem eu jamais imaginava perder
Tu amigo
Foste embora...
Levando contigo parte de mim
Deixando apenas reticências...

Cesar Moura
Boa Amizade

Amigos que se vão com o tempo
Amizades que se dispersam ao vento
A alegria que em meu pensamento
É mais do que um simples momento

De uma amizade que não se espera nada
Recebo o respeito que provêem do peito
Prova que a intimidade sem respeito
Não é sinal de amizade, é abuso de liberdade

Mas do valor que recebo de uma boa amizade
Descubro a real consideração
Que brota do fundo do coração
E com sinceridade...
Agradeço a Deus pelas boas amizades.






Cesar Moura.

Poemas de Cesar Moura

Valores da Vida

Quanto vale a vida?
Pesada e medida
Pode valer muito
Perdida e desprezada
Pode não valer nada.

Engraçado é que um segundo
Pode valer uma vida
E uma vida pode não
Valer um segundo

Neste grande espetáculo que é a vida
Alguns nasceram para serem atores principais
Enquanto outros para serem coadjuvantes
E outros meros figurantes.

Às vezes, a vida não tem sentido
Nem tão pouco, direção.

Mas quando eu não conseguir mais
Entender a vida
E seus valores
Não precisarei mais dos meus atores
Então poderei ser eu mesmo
Um simples espectador
Nos bastidores da vida.





Cesar Moura.