Flagelo



Sussurro meas palavras no enclave da minha dor

Não adianta ouvir esta melodia triste de amor...

De que me serve refletir nesta poesia

À luz do meio dia, ou seja quando for...



Urro meu argumento

Ungüento com cheiro de flor,

Flácido elemento minha covardia

Detona-me todo rancor.



Esmurro minha face

E o sangue que desce parece com licor,

O meu flagelo é elo retorcido

Por ver tão belo este ego sonhador.



Se desfaz em vão o lado bom deste castelo

E perdido, eu já nem sei quem sou...

Serei minha vergonha, ou uma mentira bem contada,

Em que até eu mesmo acreditei?



Não sei!



Enfim, vejo no silêncio a minha alma

Vestida de fantasia nesta epopéia,

A odisséia desgarrada de um pobre sonhador.





Cesar Moura