domingo, 27 de junho de 2010

Superação

Superação


Distraí – perdi minha atenção...
Em foco caí pelo chão.
Sem lero-lero eu quero levantar e andar
... Prostrado não dá pra ficar!
Minha visão embaçada na turva do tempo
Tonto de tanta ilusão.
Sobreponho meu elo perdido – castelo caído
Estando pronto a divagar...
Se depressa caí,
Então sigo devagar o meu destino incerto,
Tão certo que uma queda não será este fim.
O apelo do recomeço,
Tem o apreço da vida um bem.
Sendo bom aprender com a queda;
Que um tombo que não me mata,
Torna-me mais forte!
Agora sigo este golpe da sorte chamado prudência,
Com coerência de toda razão.
Vivo e divago perdido...
O meu belo sentido, a superação.
Até que chegue a minha vida o fim.


Cesar Moura

sábado, 19 de junho de 2010

Saramago

Saramago


Tarja de dor,
Morreu um beija-flor!
-a escrivania reclama seu escritor.
Foi-se o literato ao pó...
Do nó que se desfaz o véu
Para o céu segue o prosador.
Nobel quisto por amor
Do visto literal...
O vazio que ficou chega a ser assustador
Morte – a sorte aleatório crivou,
- ponto ao seu final.
As palavras seguem sem rumo
Perderam-se o sentido – autor...
O prumo agora rima com a dor,
Vazio versa com amor
Morreu um beija-flor.

Saramago este sonho que não morreu!
Resta a ironia em dizer;
Que a glória de um grande homem,
Nunca haverá de ver o seu fim...


Cesar Moura

sábado, 12 de junho de 2010

O Cavalheiro Solitário

O Cavalheiro Solitário

Sentado no banco da praça, jazia aquele homem na solidão.
Era uma tarde fria de inverno, o vento frio soprava em todas as direções.
Seu olhar congelado no tempo parecia mais um elemento,
a procura de rumo, perdido e sem direção...
As folhas secas soltavam-se dos galhos e ele olhava para elas
admirando cada vez mais, a nudez daquela árvore.
Percebia então, que a solidão lhe transformará em algo muito parecido
com aquela árvore.
Pois agora vivia ele o inverno de sua vida.
Ressentimentos lhe consumiam a alma, por um trauma de consciência e dor...
Perderá ele o amor, sem nunca mais conseguir encontrar.
Procurou por ele em tantos lugares...
Mas caiu num vale de tristeza profunda, de decepção que inunda em desgosto o seu ser.
O cavalheiro solitário geme, não pelo frio...
Mas sim, por esta dor que o leva cativo todos os dias para aquela praça,
no vale da solidão.


Cesar Moura

Coragem

Coragem


Não é necessário armas para enfrentar a vida,
Nem tão pouco, força para desafiar o mundo.
Basta somente coragem!
Não importa se opressão vier para cima
Com total força esmagadora...
No final, a força virá com a verdade no triunfar da justiça!
O mal da tirania é forte,
Porém, a força da coragem desafia a morte
Em favor da vida, mesmo que seja ela um breve instante...
Uma guerra não é vencida apenas pela força dos canhões,
Mas, pelos cordões de amor que tece a humanidade.
Mesmo que caiam as fileiras, bastará aquele ato de coragem;
Ainda que seja de único homem a parar de vez com a maldade
Prevalecerá então o amor...
Digno em coragem!


Cesar Moura

Minha Namorada

Minha Namorada





Um olhar na corte, galanteio...

Por seu amor que veio para ficar.

Em suma somos tão iguais,

Duas metades que formam um par

O meu desejo é te beijar,

Minha namorada, meu amor.



A minha vida não seria a mesma

Sem você, ó pequena flor

Nos teus gestos sentimentais

Descobri o que é a paixão.



Pensávamos apenas em “ficar”...

Então fomos ficando até nos apaixonar,

E se hoje te galanteio, é por que creio em nosso amor!

Posso ao seu lado envelhecer...

Mas, nunca deixarei de ser o seu galanteador;

Minha namorada,

A minha pequena flor!





Cesar Moura

terça-feira, 8 de junho de 2010

Fator

Fator


A saga que me persegue,
Segue no desafio do fio que tece a minha face.
Desvaneço num rio de incertezas,
Cuja profundeza das angustias não consigo medir.
Sinto-me o faquir deitado em cama de prego,
E me apego ao sofrimento como no carma de meditação,
Buscando em vão no martírio a minha redenção.
Sou o pão do destino em fino trato,
Um prato cheio de desilusão.
O meu coração anseia por amor,
Quando não sou capaz de amar.
Minh’alma vaga no deserto
E vê de perto a solidão,
Com a mão que apalpa o meu rosto;
Enxugo o suor e as lágrimas que vertem em mim,
Buscando no fim um começo pra dissuadir a razão.
Nem tudo é feito de tristeza,
Conheço a beleza da alegria estampada entre lírios e jasmim,
Sim... Existe um jardim, um lugar...
O limbo fator que chamo de amor,
E, é lá que desejo morar;
Neste lugar chamado amor.


Cesar Moura

domingo, 6 de junho de 2010

Mulher x Gueixa

Mulher x Gueixa

Nossa!
Do que se queixa aquela gueixa?
Mulher diva da realidade,
Supostamente posta na sua verdade
Posa diante da lente, o close
Buscando o encanto que é só de mulher.
O belo é ter muitas qualidades,
Mas, o bom zelo da natureza é ver
Que uma flor não poliniza sem outra flor.
Rege o verdadeiro amor na forma natural,
O prazer vem do instinto animal.
Não se pode mudar a ordem dos fatos,
Porém, a de dar novos fatos a esta ordem;
Da mulher que se preza.
Fantasia que não rima com o teu sexo,
Gueixa que deixa perplexo a razão...
Existem muitas figuras bitoladas fora de exatidão,
Quais nunca chegarão a ser mulher.
O teu anseio digno de ternura,
Na aventura de apenas ser mulher.
A criatura nascida do seu ventre,
É amamentada no teu seio com o leite de amor.
Pelas veredas desta vida;
Segue bem aventurada por ser como tu és,
Em seu cabelo madeixa, viva tu mulher!


Cesar Moura

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Paz...

Paz...

Quimera, não é um lugar,
Outrora fosse então...
Seria fácil encontrar.
Também não é uma imposição,
Aquilo que parece imposto;
Subjuga a posição.
Antes fosse a paz somente um altar,
Lançaríamos oferendas de amor
E divinamente estancada a dor,
Seria de todo o coração,
Pelo bem que ela nos faz!
Mas, a paz é como uma flor,
Quem a deseja colher;
Primeiro tem que plantar...
Veremos crescer com amor,
Para depois colhermos os frutos que ela nos trás,
Assim nos seja a paz!
O fruto de nosso amor.


Cesar Moura

Siso

Siso

Sou inocente até que prove o contrario
Se, tropeço como réu em minha culpa
Não tardio, peço desculpa...
A vergonha acompanha-me na cara,
E, a cada dia que envelheço, ela gruda em mim.
Sim... Sinto toda vez o peso da vergonha!
Estranho! Talvez eu nem me reconheça como deveria,
Pois minha inocência perdeu-se com o tempo...
E agora me sinto muito mais culpado,
Que em outro dia fui.
Sou inocente e culpado, réu da adimplência da verdade
A humildade toca na alma clamando por juízo
Sinto o bom siso no sentimento por igualdade
À liberdade que me chama, dou o nome de humildade.


Cesar Moura