domingo, 12 de dezembro de 2010

Peregrino

Peregrino

De que me valeste ó solidão
Ao que me reserva a sorte
Em berço esplêndido à própria morte.
Vejo-me, gentil peregrino em terra estranha
Debandado e repartido em tantas partes
Que às vezes nem sei direito quem realmente sou.
Talvez um pesadelo dentro de um sonho...
Por tantas vezes desejei acordar
E voltar a parte sincera da realidade,
Mas, este meu sono tão profundo
É a mentira que me rege...
E reage contra tudo e contra todos.
Hei pátria minha!
Minha vida...
Quando eu acordar e der por mim,
É porque talvez, recorri a outro sono.
...Provavelmente até morri.


Cesar Moura


Poesia no Divã

Poesia no Divã


Melancolia nos versos da minha emoção,
Desvanece o meu rígido viver...
Ah! Libido da poesia, porque me desguarnece neste indigno sofrer?
Então, faço-me paixão sem saber direito
Como me sairá este natural prazer...
O meu real pendão virtuoso em seu orgulho,
Frustrado esvaece em meu viver.

Quando o adverso contradiz a poesia,
Recorro ao advérbio da paixão, na esperança de me recompor
Das duras penas que sentenciam a razão.

Nesta via em que me faço voz
Retraído por tão pouca luz,
Carrego só, o peso da minha fatigante cruz.

Vida que às vezes desaponta
Escorrega lisa na ponta desta pauta,
Sofro calado o ardor de toda réstia de ilusão
Tomando sem sentir o gosto a hóstia da comunhão.

Talvez um dia encontre as palavras certas
Para o meu bom labor, que por amor me faça vencedor...
Não abro mão da poesia sem chorar
Pois quando me entristeço, começo a vagar.

Procuro no verso a grandeza da boa liturgia
Quando faço do texto, pretexto pra sonhar
Entretanto, quando cessa o verbo deste sonho meu,
Toda palavra torna-se vã...
Deitado no divã me ponho a chorar!

Sou por afã,
Simplesmente fã da vida vista com amor...
Na lida poesia, sigo me recompondo.


Cesar Moura


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ensejos

Ensejos

Coração que triste vagueia
Aclamado pela solidão,
Entre os ensejos que trás nesta vida
Torna-se escravo da ilusão.

Os anseios nascidos no coração
Não cabem sendo tais desejos insaciáveis,
Dentro de uma única paixão.

Sentimento que dilata os olhos,
Vê na beleza de alguém alvo pra se fartar...
É como beber água e nunca saciar toda sede.

Amor surreal,
Às vezes parece ilegal...
O amante no ápice de sua loucura
Procura a cura no ato de amar.

Coração mercenário vendido
Que agora se encontra vencido
Por um desejo que não se pode controlar.

Amor contraído com o rígido dissabor da paixão...
É como a dor incurável
Trazendo o elemento vilão
Nestes casos de ansiedade
No mundo da solidão.


Cesar Moura

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Consciência

Consciência


Minha vida, o meu mundo.
Minha razão de viver
Não tenho orgulho nenhum
Nem de onde vim
E nem do que sou.
Não me envergonho do meu sangue.
Se a cor da pele que me reveste é negra
É porque não tive escolha...
Eu nasci assim!
Minh’alma é incolor
Mas sou homem,
E, portanto, carente de amor
Na vida sou desafiado a sofrer
Sofro calado toda esta dor
Sem desafeto ou rancor.
Tais conceitos sociais incriminam o que não conhecem
Tende a desprezar sem ver o valor
A tez absoluta não imputa a minha razão de ser
Jamais deteria o meu viver com um preconceito
Apenas sigo este destino
Até onde a vida me levar
Minha consciência é o meu guia
Via de luz que me cede à paz
Sou livre. E isto é o que importa!
A liberdade me da asas para vencer.


Cesar Moura

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A ira

A ira


A lida da escuridão,
No coração a ferida ardeu em ira
Numa mágoa voraz vagabunda,
Que suja e imunda roubou toda paz.
.
Logo me sujeitei ao rancor
Com o ódio que brotou como flor
Desabrochando entre erva – daninha
Fazendo-se em tamanha delinqüência eficaz.
.
Sofro por faltar-me palavras na boca,
As quirelas de ofensa que não foram ditas
No apogeu desta grande aflição,
Quisera ceder ao dano, dando sentença à parte;
Neste meu julgamento incapaz.

Na parte em que se desfez o meu ego,
Restou-me seguir a vida no limbo
Com a ferida tenaz entreaberta.
Pensei até recorrer ao amor, mas fui incapaz...

No limite de toda minha loucura
Não encontrei uma cura para este rancor,
Entreguei-me ao prazer de ferir através da dor
Quem se fez no presente momento o meu opressor.

Remoí em vão tais sentimentos profundos
Pelo desejo de matar e morrer,
Somente para ver sangrar sem dó o opositor
No ápice deste ressentimento fútil,
Sutil talvez por demais!
Inútil se foi de uma vez o amor sem pensar,
Porém não salientei mais contenda;
Antes que se entenda...
Desfeita toda a ira e a dor,
Então, tudo se tornou para mim novamente em paz!


Cesar Moura

domingo, 26 de setembro de 2010

Madiba-Cosciência Negra

“Madiba”
Consciência Negra



Afastado da liga social por injustiça,
Na união racial que iça o amor por justiça venceu.
Vida separada a segregação, apartheid uma dor comoveu...
No cárcere privado seu sonho não morreu...
Madiba, guerreiro lutou pela paz,
Guerrilheiro de uma paixão;
Liberdade tomada à mão do silêncio
Prisioneiro perpetua em seu ideal...
Família tornou-se pra ele uma nação num sentimento legal.

A humanidade ganhou sua voz no coração do nobre rapaz,
Em teu formoso ser humanista voraz;
Levantou a bandeira do amor
Por ter no intento o curso direito, modera conciliador.

Mandela, a flor do alento
No desalento da dor,
Foste feito verdade na foz de justiça!
Ser homem pouco bastou os limites da cor.

Lutador apanhou na vida,
Preço que pagou por tantas chagas na alma...
Condenado ao exílio da dor,
Para ver correndo os filhos da liberdade
Inundou de coragem teu coração bendito.

- Consciência negra -
Dito filho fiel,
Digno do busto em sua honra
Feito na poesia o gosto de mel.
Sei de teus feitos!
No exemplo deste efeito moral,
Pelo destino que controlou nas palmas de tuas mãos.


Cesar Moura

Dolo

Dolo


Em meu solo vivido anelo vencer...
Sigo o revigoro desprendido de todo viver.
A saber... O tolo se foi por ingênuo pensar,
Ficou o pesar do amor na vencida paixão.

Crime fatal!
Meu dolo ato irracional,
Entregue as milícias da vida
Conformado com a dor rejeitou o amar...
Defraguei em vão a explosiva emoção.

Fiz-me de vitima prostrado ao chão
E do meu ego refém ou talvez um vilão,
Feito algoz reprimenda na mão...
Perdido no caminho em total escuridão.

O meu silêncio no banal desalento
Com o acalanto de um colo
Vi descansar minh’alma no pretérito da solidão.

Verso meu cântico sem coro
Chorando por todo mal que fiz,
Sublinhei de vez o pecado em meu ódio...
Ócio por falta de amor!
Agora percebo o tolo que fui,
Ruí diante de todo este dolo, quando perdi a razão...


Cesar Moura

sábado, 11 de setembro de 2010

Fé radical

Fé radical


Onze de setembro – Hemisfério da morte!
A sorte foi lançada,
Abafada esta pela poeira do tempo.
Duas irmãs gêmeas tornadas em pó,
Na fuligem solta ao vento...
Pobres almas sofridas que clamaram por clemência!
- Corpos flamejantes em dor...
Não houve dó, nem mais um pio se ouviu.
Desespero, ruínas e terror!
O fundamentalismo religioso é;
Como um avião em rota de colisão.
O amor se esvaiu como nada,
Com a fé nas mãos dos lunáticos, fanáticos e radicais.
Errantes e perdidos na borda do tempo
Fazendo orações sem sentido,
Tomados pelo idealismo sem razão.
Criamos nossas crenças
E nos cruzamos por aí pregando as diferenças.
O Deus que o mundo todo prega
Não cabe na suposta pregação,
Por tanto poder imediato
Ele acabaria com o mundo numa fração de segundo,
Se assim o quisesse...
Talvez ainda haja um único caminho
Para encontrar a perfeita redenção divina,
O amor!
Pois quem ama a paz não prega a violência!
Ou, invés de lutar corajosamente numa batalha,
Evita começar uma guerra.
O amor e a misericórdia são as únicas verdades
Que atenta nossas vidas por ser demais em compaixão,
O resto é só terror e violência.


Cesar Moura

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bigamia

Bigamia


Primazia devota por prazer o bem natural
Que une com amor o romântico casal
Juras de amor eterno... Paixão incondicional!

Vai-se a vida em curso da convivência;
Não demorando os dias, vêm as diferenças!
Ostracismo devaneia o tédio em assédio moral...
Veja agora o amante enamorado como foi tornado,
De homem amado, a “sapo boi” enfeitiçado!
O pobre príncipe encantado perdeu o encanto...
Enquanto a “megera medusa” virou uma fria mulher
Que transformou os sentimentos em pedra.
Perderam o valor com a prima que se foi com o tempo,
A paixão se corrói,
Quando até, a mais simples piada já não tem mais graça...

Bigamia, que loucura!
Pra onde foi o amor?
Traição não é remédio...

Amantes sem melodia,
Desafinando no compromisso com disritmia...
A união perdeu sua vez,
Pra uma nova emoção que venceu o “amor”.
Na tez sentiu a dor quem ficou para trás!
O bígamo sem solidez, tudo fez por si só...
Na mentira egoísta ao alimentar a falsa paixão;
Não passou de farsa, foi somente ilusão.
Aquilo que era belo entre dois, virou três...
E o que um dia foi sério acabou em adultério!


Cesar Moura

Malicia

Malicia


Depois que se for o amanhã
Não virá com saudade
Na flor da idade a chorar!
Os planos da vida em vão criaram uma lacuna,
Que outrora plenamente sã
Figuraram na malícia do olhar,
Por toda doce e suave milícia
Dotada de amor com sabor da hortelã.
Outorga figurar o jugo do ser na união
Que ficou no prazer bem passado,
A lembrar da pele macia
Tecida como fios finos da lã.
Com o lampejo de amar,
Tornaria então em pecado;
Um pensamento obstinado a tocar na beleza da tez!
O deleitar da crua nudez faz de insensata a lógica,
No ato do coito que entrega o coitado a paixão.
Desfalecendo nas mãos tão passiva do amor
A mercê da loucura, minha cara amante e vilã.
Hoje se vai à flor do desejo,
Ensejo resumido no beijo;
O lúdico amor vespertino.
...Esteja mais livre dos maus sentimentos
Para quando vier à luz do amanhã outra vez;
Naquilo que nos traga o prazer,
Deixe-nos também um pouco de paz.


Cesar Moura

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Falsete

Falsete

Os ares deste amor, paixão
Comuta toda ordem em parte...
Ardente coração covarde,
Queimando por toda dor.

Livre pelo desejo de ser escravo
Cravo uma flor no peito...
Revelo em auto-relevo, retrato!
Discreto despeito o fato.

No tato o lado marcado meu ser...
Embarco ao sétimo céu calado
Deslumbro o mundo a meu ver, amante tocado.

Enquanto canto em falsete disfarçando toda voz,
Sou o legado do meu amor no ar...
Porquanto, somente amo com pretexto de ser amado!


Cesar Moura

Forasteiro

Forasteiro


Sou um boêmio trovador,
Sonhador por entre às estrelas...
Em busca da paz verso espinho,
No caminho da luz provo a dor!

Os limites da minha vida é a razão,
Não há sentido andar em meio à escuridão!
Meu ego perdido na solidão...
Quando dei por mim, só paixão!

Meu gemido miado forasteiro,
Banido carrega o sofrer!
Procurando agora somente viver...

Prova de todo querer,
Na trova do amor por você,
Busco no teu olhar coração, o cortejo!


Cesar Moura

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Alquimia

Alquimia


O meu siso esta solto no ar...
Acho que perdi o juízo
Quando pensei em amar.

Até uma oração fiz... Supliquei por amor!
Sonhei ser cada vez mais livre e feliz...
Só não pensei em chorar.

Prostrei-me diante à paixão;
O coração bateu forte no peito,
Ardor que comparei com a morte no leito...
Minha sorte tem que mudar!

O amor que procuro, preciso encontrar...
No lado obscuro da dor sinto paz;
Absinto pra um louco é como licor,
Na alquimia que apenas faz delirar.

Sonho viajar entre as estrelas no céu...
Sou um pedacinho de papel solto ao vento;
Voando sem direção a qualquer lugar.


Cesar Moura

domingo, 25 de julho de 2010

Iquisição

Inquisição

O flagelo inquirido pela dor,
Da fé zombou o vagabundo;
Do amor que não pertence a este mundo.
A vida tornou-se para ele em porcaria,
Na pregação morre o incrédulo contundente
Com toda esta gente sem saber o que é certo.
O crente que atira a primeira pedra
Não releva a própria queda eminente,
Logo vem para ele o juízo temerário.
(... Tem uma trave atravessada no seu olho.)
Perseguido o homem certo leva o nome de otário,
Vigia ele e ainda leva culpa.
O vigário da paróquia não entendeu a lei de Deus
Todo pecado tem o mesmo peso na balança
A lança que fere um;
Também fere o outro.
Heresia!
Às vezes somos pura heresia!
E perseguimos como herege o nosso irmão
Não precisa de religião pra ditar o que é certo
O amor esta coberto de razão...
O vilão de toda esta inquisição mundo a fora,
Rola na história escrito com sangue e terror.
Hipócritas!
“Quem vos ensinou a fugir da ira futura?”
É... João Batista estava certo!
Não existe fé sem um coração arrependido,
Só o amor prevalece sobre toda inquisição.
Foi Jesus quem falou...
“Quem não tem pecado que atire a primeira pedra.”
Então, lá se foi a multidão.
Carecendo o vosso ser de um ato de perdão
A seita com tantas pedras na mão,
Atira a fé que transgride o diferente.
Ser cruel é o melhor de nossa gente
Acredite se quiser...
No final somos todos iguais,
Más com pecados diferentes
Vivemos e morremos como um pobre pecador.


Cesar Moura

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O fanfarrão

O fanfarrão


Perdeu-se o benefício do silêncio
Neste argumento sem razão.
O vilão que discursa na sacada,
Vence o segmento do proletariado como um nobre fanfarrão
Político é mesmo um sujeito engraçado...
Em tudo dá o seu jeito,
Tira coelho da cartola...
Enrola e faz de tudo pra chamar a atenção!
Cria promessas inatingíveis...
E com ilegíveis ações este camarada picareta só engoda.
Na teia o inevitável ser, membro da corte da corrupção
Não tem nada a ver... Quanto mais a prometer...
Compra a nação com vãs palavras...
Em seu pleito eleito por voto direto;
Faz da urna a sua porta de entrada,
Aberta pela massa popular na hora da indecisão.
Veta logo este tipo vigarista,
Antes que assuma a tribuna na maior cara de pau!
No palanque diz que faz e acontece
E depois que vence, logo desaparece...
Político é como fumaça,
Nunca acredite nesta raça...
Voto é o futuro da nação.
Não alimente este bicho fanfarrão!

Cesar Moura

Gana

Gana


Se o salário de quem peca é a morte,
A sorte nos espera pra viver;
Sem pecado e com amor.
Pois quando se ama de verdade,
Nem a morte tira do homem o bom valor.

Vê a gana por dinheiro;
Como um goleiro que agarra o ódio por ardor.
Esta na rede de intrigas
A mão deste vil agressor,
Franga quando deveria agarrar,
A beleza da vida com muito mais amor.

Vê também a mulher que se entrega sem nenhum pudor;
Prostitui a própria alma,
Quando foge por deleite o seu rigor.
Quando pensa já é tarde pra chorar...
Agora quem chora pede calma!
E lamenta a atrocidade do pecado neste horror.

Que viva então a morte o seu destino,
Em desonra vive e morre o pecador.

Cesar Moura

domingo, 11 de julho de 2010

Ego centrado

Ego centrado


No oficio da vida, ao vicio, uma voz oferece a droga.
E ainda diz; “é com nós...”
Mentira!
No fundo será somente contigo.
E antes que seu mundo jaz...
Não restará por perto um amigo.

Segue o meu ego por auto-afirmação
Eu...
Eu sou eu,
Eu serei mais eu...
Posso até não ser ninguém
Mas sou eu.
Sou alguém e auto-afirmo,
Sou feliz por ser quem sou.

Muitos dizem – “É com nós!”
Se este tal “É com nós” não existe...
Resiste o nós do gerúndio popular
Fictícia a ordem na desordem que gira na gíria,
Do pronuncio da mentira a proclamar.

No final quem sobra é apenas eu.
Não que seja egoísta,
Em vão praticaria o ego em questão...
A minha consciência tem razão;
Afinal... Serei somente eu.


Cesar Moura

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Assemelha

Assemelha

Feito amor cor d’uma amoreira
Cor de sangue, flange vermelha
Assemelha, visto a vida inteira
Sinto dó de quem nunca sentiu o amor...

O vento sopra e lá se vai à derradeira flor
Jeito paixão de ser, leigo e só, feito o pó
Nó – o nódulo de dor que se cura só,
Só se tiver amor pra dar.

E amor não é de brincadeira
É doce como amora e suave como o mel
Mas por falta deste bem querer logo vem o sabor de fel.

Amargor no breu expõe a solidão,
Amor é a luz que salva desta cruel situação;
Adoça o viver e descansa em paz no coração.


Cesar Moura

Frisson

Frisson


A sutileza que jus te faz...
Com a leveza do amor, quisera eu ter você.
N’um flerte em glamour por esta luz de paz,
Ao ser amado pondera sentir somente amor.
Versifico doces palavras remetendo minha paixão...
Sou escravo do seu olhar,
Em meu coração sonho estar
Nos Elíseos campos da vida
Pra te amar, somente amar...
Confesso estar bem próximo as estrelas,
Pois no brilho de cada uma delas
Vejo o lampejo de seu olhar a me tocar.
Segura na minha mão e vem...
Sinto no coração o ensejo,
De você quero um beijo
Pra saciar toda cede!
Quem pede amor faz loucuras,
Sei que viver por ti vale apena.
Em meu frisson fica o sonho;
Enquanto me ponho a te procurar...
Vago perdido!


Cesar Moura

Fado fingido

Fado fingido

Sigo o meu ego metido,
o elo perdido da minha razão.
Procurei o belo sentido...
Mas nunca encontrei a tal perfeição.
Sonhei com um castelo escondido
nas cordilheiras da tola ilusão.
Perdi-me na calada solidão,
nesta visão tão conturbada;
forte balada – meu fado fingido.
Foi no que me dei por conta de tanta ilusão!
Sei que não nasci pra rei...
Mas o que serei eu então, em minha própria grei?
Vale a fé na vida retida por apostasia.
Pelo bem que me quero,
vivo o meu bem querer – o mal me quer...
Se não vigio pra ver... Firo o meu ser,
e ainda me condeno à perdição.
Confronta então, o meu ego herói contra o seu lado bandido - o vilão.
Destituindo o apego a toda vaidade,
restando em mim apenas este vão...
Sigo o vazio!

Cesar Moura

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Decepção

Decepção


Abafaram a vuvuzela!
Acabou-se a aquarela
O canarinho debandou
Com a asa quebrantada.
Aquela tão sonhada revoada
Foi o sonho que se tornou em pesadelo.
Ouvi na arquibancada um grito entalado na garganta...
Desgraçado pelo choro derradeiro,
O torcedor que nesta hora é quase nada...
Agora sofre como bardeneiro desfigurado,
O gosto amargo da derrota.
Denota o sufixo do sentimento abaixo da paixão
Desanimado por seu desgosto aventureiro.
Sobra o vazio do heroísmo nacional...
É quase uma literatura infantil de Dunga e seus anões!
Os vilões zangados entre tantas bolas perdidas,
Conquistaram por comoção a grande decepção emocional.

E agora!
Quem sabe em outro inverno,
Sobreponha os nossos heróis a este inferno
Vencendo por amor a nossa pátria.
Traga de volta o orgulho que agora foi ferido,
Debruçando sobre o sentido da esperança...
Sabendo então que a vida sempre foi um perde e ganha,
Quem não bate, apanha.
Tudo isto é muito natural!

Mas o importante agora
É manter a cabeça erguida,
Pra cicatrizar as feridas e levantar o moral.


Cesar Moura

domingo, 27 de junho de 2010

Superação

Superação


Distraí – perdi minha atenção...
Em foco caí pelo chão.
Sem lero-lero eu quero levantar e andar
... Prostrado não dá pra ficar!
Minha visão embaçada na turva do tempo
Tonto de tanta ilusão.
Sobreponho meu elo perdido – castelo caído
Estando pronto a divagar...
Se depressa caí,
Então sigo devagar o meu destino incerto,
Tão certo que uma queda não será este fim.
O apelo do recomeço,
Tem o apreço da vida um bem.
Sendo bom aprender com a queda;
Que um tombo que não me mata,
Torna-me mais forte!
Agora sigo este golpe da sorte chamado prudência,
Com coerência de toda razão.
Vivo e divago perdido...
O meu belo sentido, a superação.
Até que chegue a minha vida o fim.


Cesar Moura

sábado, 19 de junho de 2010

Saramago

Saramago


Tarja de dor,
Morreu um beija-flor!
-a escrivania reclama seu escritor.
Foi-se o literato ao pó...
Do nó que se desfaz o véu
Para o céu segue o prosador.
Nobel quisto por amor
Do visto literal...
O vazio que ficou chega a ser assustador
Morte – a sorte aleatório crivou,
- ponto ao seu final.
As palavras seguem sem rumo
Perderam-se o sentido – autor...
O prumo agora rima com a dor,
Vazio versa com amor
Morreu um beija-flor.

Saramago este sonho que não morreu!
Resta a ironia em dizer;
Que a glória de um grande homem,
Nunca haverá de ver o seu fim...


Cesar Moura

sábado, 12 de junho de 2010

O Cavalheiro Solitário

O Cavalheiro Solitário

Sentado no banco da praça, jazia aquele homem na solidão.
Era uma tarde fria de inverno, o vento frio soprava em todas as direções.
Seu olhar congelado no tempo parecia mais um elemento,
a procura de rumo, perdido e sem direção...
As folhas secas soltavam-se dos galhos e ele olhava para elas
admirando cada vez mais, a nudez daquela árvore.
Percebia então, que a solidão lhe transformará em algo muito parecido
com aquela árvore.
Pois agora vivia ele o inverno de sua vida.
Ressentimentos lhe consumiam a alma, por um trauma de consciência e dor...
Perderá ele o amor, sem nunca mais conseguir encontrar.
Procurou por ele em tantos lugares...
Mas caiu num vale de tristeza profunda, de decepção que inunda em desgosto o seu ser.
O cavalheiro solitário geme, não pelo frio...
Mas sim, por esta dor que o leva cativo todos os dias para aquela praça,
no vale da solidão.


Cesar Moura

Coragem

Coragem


Não é necessário armas para enfrentar a vida,
Nem tão pouco, força para desafiar o mundo.
Basta somente coragem!
Não importa se opressão vier para cima
Com total força esmagadora...
No final, a força virá com a verdade no triunfar da justiça!
O mal da tirania é forte,
Porém, a força da coragem desafia a morte
Em favor da vida, mesmo que seja ela um breve instante...
Uma guerra não é vencida apenas pela força dos canhões,
Mas, pelos cordões de amor que tece a humanidade.
Mesmo que caiam as fileiras, bastará aquele ato de coragem;
Ainda que seja de único homem a parar de vez com a maldade
Prevalecerá então o amor...
Digno em coragem!


Cesar Moura

Minha Namorada

Minha Namorada





Um olhar na corte, galanteio...

Por seu amor que veio para ficar.

Em suma somos tão iguais,

Duas metades que formam um par

O meu desejo é te beijar,

Minha namorada, meu amor.



A minha vida não seria a mesma

Sem você, ó pequena flor

Nos teus gestos sentimentais

Descobri o que é a paixão.



Pensávamos apenas em “ficar”...

Então fomos ficando até nos apaixonar,

E se hoje te galanteio, é por que creio em nosso amor!

Posso ao seu lado envelhecer...

Mas, nunca deixarei de ser o seu galanteador;

Minha namorada,

A minha pequena flor!





Cesar Moura

terça-feira, 8 de junho de 2010

Fator

Fator


A saga que me persegue,
Segue no desafio do fio que tece a minha face.
Desvaneço num rio de incertezas,
Cuja profundeza das angustias não consigo medir.
Sinto-me o faquir deitado em cama de prego,
E me apego ao sofrimento como no carma de meditação,
Buscando em vão no martírio a minha redenção.
Sou o pão do destino em fino trato,
Um prato cheio de desilusão.
O meu coração anseia por amor,
Quando não sou capaz de amar.
Minh’alma vaga no deserto
E vê de perto a solidão,
Com a mão que apalpa o meu rosto;
Enxugo o suor e as lágrimas que vertem em mim,
Buscando no fim um começo pra dissuadir a razão.
Nem tudo é feito de tristeza,
Conheço a beleza da alegria estampada entre lírios e jasmim,
Sim... Existe um jardim, um lugar...
O limbo fator que chamo de amor,
E, é lá que desejo morar;
Neste lugar chamado amor.


Cesar Moura

domingo, 6 de junho de 2010

Mulher x Gueixa

Mulher x Gueixa

Nossa!
Do que se queixa aquela gueixa?
Mulher diva da realidade,
Supostamente posta na sua verdade
Posa diante da lente, o close
Buscando o encanto que é só de mulher.
O belo é ter muitas qualidades,
Mas, o bom zelo da natureza é ver
Que uma flor não poliniza sem outra flor.
Rege o verdadeiro amor na forma natural,
O prazer vem do instinto animal.
Não se pode mudar a ordem dos fatos,
Porém, a de dar novos fatos a esta ordem;
Da mulher que se preza.
Fantasia que não rima com o teu sexo,
Gueixa que deixa perplexo a razão...
Existem muitas figuras bitoladas fora de exatidão,
Quais nunca chegarão a ser mulher.
O teu anseio digno de ternura,
Na aventura de apenas ser mulher.
A criatura nascida do seu ventre,
É amamentada no teu seio com o leite de amor.
Pelas veredas desta vida;
Segue bem aventurada por ser como tu és,
Em seu cabelo madeixa, viva tu mulher!


Cesar Moura

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Paz...

Paz...

Quimera, não é um lugar,
Outrora fosse então...
Seria fácil encontrar.
Também não é uma imposição,
Aquilo que parece imposto;
Subjuga a posição.
Antes fosse a paz somente um altar,
Lançaríamos oferendas de amor
E divinamente estancada a dor,
Seria de todo o coração,
Pelo bem que ela nos faz!
Mas, a paz é como uma flor,
Quem a deseja colher;
Primeiro tem que plantar...
Veremos crescer com amor,
Para depois colhermos os frutos que ela nos trás,
Assim nos seja a paz!
O fruto de nosso amor.


Cesar Moura

Siso

Siso

Sou inocente até que prove o contrario
Se, tropeço como réu em minha culpa
Não tardio, peço desculpa...
A vergonha acompanha-me na cara,
E, a cada dia que envelheço, ela gruda em mim.
Sim... Sinto toda vez o peso da vergonha!
Estranho! Talvez eu nem me reconheça como deveria,
Pois minha inocência perdeu-se com o tempo...
E agora me sinto muito mais culpado,
Que em outro dia fui.
Sou inocente e culpado, réu da adimplência da verdade
A humildade toca na alma clamando por juízo
Sinto o bom siso no sentimento por igualdade
À liberdade que me chama, dou o nome de humildade.


Cesar Moura

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cólera

A Cólera

Lesada vaidade coletiva,
Resigna-se o meu ser pelo medo que me fere...
Entre tantos predadores desta terra;
O que mais temo é o próprio homem.
Pois, quem é o único neste mundo,
Que mata sem sentir fome,
Matando somente por prazer?
Ou destrói em nome do desprazer?
Ah homem!
Em nossa vã sabedoria,
Buscamos as riquezas e ciências desta vida;
Para vivermos da loucura cega,
Na lacuna do terror que nos consome.
O vazio de nosso crânio se esquece,
Do genocídio que entristece de dor a humanidade,
Enriquece o urânio e constrói bombas nucleares
Para explodir com sutil frieza o núcleo dos lares.
Mandamos pelos ares o dócil sorriso inocente
De nossa gente.
Os vibriões de tanta loucura
Moram espalhando o terror por vastos lugares,
Sinto o ardor em minha pele!
O pavor que me causa a besta fera,
Neste raciocínio lógico na beleza da supremacia,
No físico incomum intelectual
Despreza por conceito a diferença racial.
Bate no peito com orgulho,
A inversão da qualidade moral.
Por tanto mal, me ponho por medo e tremor!
Vi no calor da bomba radioativa o pior de todos nós;
Corpos no pó desintegrados, desfacelados e mutilados.
Nagasaki e Hiroshima...
Dentes rangentes de dor,
Pela flor de um cogumelo gigante,
Não sinto estima por esta grandeza desumana,
Nem me curvo aos seus pés!
Poderia ser golpeado pela falta de indulgência da sorte,
E encontrar por aí a minha morte nas mãos do vil agressor.
Tenho medo de olhar no espelho,
E descobrir no reflexo deste homem velho que sou,
Que de mim pouco restou
A não ser apenas arrogância e prepotência, um orgulho banal.
A vida perece cada vez mais distante da verdade.
Nossa humildade confunde-se com um monstro qualquer,
Abastardo do amor...
Rasguem-se as entranhas, rejeitem as nossas formas estranhas!
Para que a cólera nesta loucura do homem
Torne-se um dia na inteligência convertida em bem.
Jaz aqui a nossa hipocrisia,
Os holocaustos pelo desejo de poder
Se ainda existe uma esperança,
Então fujamos de nós mesmos
Quando o nosso ódio for maior que o amor.


Cesar Moura

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Council

Council


Rosa negra é difícil de ver,
Por ser precioso o amor
Faz-se em council saber.
Encantado, nasce como uma flor
Da nobreza a arte o viver.
Chega a ser doce igual ao mel e licor,
Amor é presente de Deus;
É dom em resplandecente poder
Viver por amor é tão bom,
Prova-se da vida o sabor
Deste interativo prazer.
A consciência da alma é amar,
Pois quem ama é feliz
Sabe o que pensa,
E também o que diz
Quem semeia amor,
Colhe a paz.
Pelo council saber corre atrás
O verdadeiro amor ideal,
Igual a rosa negra é difícil de ver.


Cesar Moura

domingo, 16 de maio de 2010

Trincheiras

Trincheiras


Eiras nas viradas,
Postas ao tempo no viril amor
Beiras tu a dor no fogo consumidor
Como um soldo afogador,
Soldados nas trincheiras
Cheirando a morte em sua forma inteira,
Chorando até ela o levar.

Feridas sangram sem dó,
No pó entre lágrimas vertido o nó...
Sentimento que exprime entre a honra e coragem,
O sentido do homem no opróbrio conhecedor
Quando lutam juntos pela vida,
É sinal que conheceram o amor.

Regimento certo que vence toda a guerra
A fera que sedenta luta por paz,
Quando nas fileiras cai alguém ao seu lado
O fardo se torna angustiante,
Porque deveras lutar assim?
Entrincheirados, a vida beira o fim,
Diante da eminência da coragem
Renasce das cinzas o homem,
No jardim em vital amor.


Cesar Moura

Soldados

Soldados


Na fronte uma bandeira rasgada
Rajada e consumida pelo tempo,
Vento flamejante em plena haste
Surge no horizonte o tecido espectro,
No retrospecto da guerra gera o horror.

Na guerra não existe vencedor,
Soldados entrincheirados choram as duras dores
No pior de todos os horrores,
Defendem a si da pátria causa
Pela dor que lhes fazem sofrer.

Homens treinados para morrer...
No estresse da morte,
Lançados como dados a sorte
A esmo no conflito em confusão.

Depreciam o sangue e corpos mutilados
Lado a outro resistindo pela vida
Às vezes em vão o desejo de sobreviver
Para além do mais sobrevir à solidão.

Heróis da guerra não têm glória,
Ingloriosos bravos guerreiros
Premiam-lhes medalhas por honra ao mérito
Pelas vidas ceifadas nas mãos do atirador
Em cumprimento da tola missão.

No abrigo do jazigo o guerreiro
...Sem nome o herói de uma nação.


Cesar Moura

Insano Amor

Insano Amor


Desejo insano,
Às vezes profano ardente de amor;
De vez em quando é engano...
Confusa paixão!
Diz um plano perfeito assim;
Que as primícias do amor
Justifiquem os meios e fins.
Agindo na insanidade da embriaguez,
Vertigem que é quase loucura
Desaba em coragem doçura na tez
Reage o querer por tesão, o bel prazer.
Diante dos olhos instiga o desejo,
Um beijo na boca molhada,
Talvez a silhueta marcada
Seja a penitência pra alma carente de amor,
Que se perde na calma ao ver a beleza da flor.
E na sombra da patética impotência
Se rende em brasas de fogo o vil coração
Por insanidade à ardente paixão.



Cesar Moura

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Indelével

Indelével


Coração que arde em chama pela paz;
Voraz e indelével amor,
Voz que clama no deserto,
De certo rogo me envolveu na solidão.

Quem sou eu?
O álibi que caiu na foz da desaguada ingratidão,
Queria ver a santa profecia apregoada em real labor,
É sempre assim...
Viver da dor sempre causa contrição!

Somos parte de tudo isso,
Esta vaidade aqui vivida
É quase sempre uma maldição,
A paz que eu preciso nunca será dissuadida,
Pode ser tola a utopia da minha razão.

Sei que todas as minhas lagrimas vertidas
E caídas pelo chão,
Um dia brotarão flores em botão,
Pra enfeitar de branco a dura vida
E aliviar as feridas que doem no coração.

Reza toda a humildade,
Por haver nesta qualidade
A verdadeira redenção,
Voz que clama no deserto,
Indelével chama acesa na poesia,
Lá se vai o meu bordão;
Paz e amor na vida,
E alegria no coração.


Cesar Moura




quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobrenatural

Sobrenatural


Andei de canto desesperado,
Amargurado de tanto chorar
Nadei contra a maré,
Não confiei no divinal amor
E naufraguei no mar da solidão,
Meu coração bateu com dor
Estive a pé na escuridão.

Foi ai que o amor de Deus entrou em ação!
Ele estendeu as mãos pra me salvar,
De todo o mal que destruiu a minha fé,
Deu-me a comunhão.

E hoje vivo o sobrenatural do seu amor,
Amado Deus e Senhor
Enxugou o meu pranto
No manto de ternura e fé.


Cesar Moura

Réu Primário

Réu Primário


Fui condenado em primeira instância,
Na circunstância deste amor
Feito réu primário,
No sumário, sem entender nada da paixão.

Este caso é um fato complicado
Pois, violei a lei da união
Que reza em nosso compromisso
E por isso paguei com a minha solidão.

Vivo no meu cárcere privado
Esperando a absolvição,
Os agravantes pesam muito
Sobre o processo de apelação.

Peço o teu amor por condicional,
Pra que me venha este beneficio
Como um ato de sua compaixão,
Não ligue para os meus antecedentes,
O que procede às nossas vidas
Agora não tem nenhum valor,
Sei o que mais importa nesta hora
É receber de volta o seu amor.


Cesar Moura

terça-feira, 20 de abril de 2010

Espírito Santo

Espírito Santo


Ao entoarmos o sacro canto
Paira sobre nós a luz de paz.
Pois, prometeu Jesus
Enviar-nos o consolador,
O Espírito de amor.

Deixo-vos a paz,
A minha paz vos dou:
Não vo-la dou como mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração,
Nem se atemorize.
*
Ó Espírito Santo,
A ti rendemos toda glória e louvor!
Ao preceptor trino de Deus
Pertence o poder transformador.

E Deus limpará de seus olhos toda lágrima;
E não haverá mais morte,
Nem pranto, nem clamor, nem dor;
Porque já as primeiras coisas são passadas.
*
Bem maior que as dores deste mundo,
É o amor de Deus por nós,
Ora vem Senhor Jesus
Derrama o Espírito de paz,
O Santo consolador.


Cesar Moura
*João 14:27
*Apoc 21:4

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Soldados

Soldados


Na fronte uma bandeira rasgada
Rajada e consumida pelo tempo,
Vento flamejante em plena haste
Surge no horizonte o tecido espectro,
No retrospecto da guerra gera o horror.

Na guerra não existe vencedor,
Soldados entrincheirados choram as duras dores
No pior de todos os horrores,
Defendem a si da pátria causa
Pela dor que lhes fazem sofrer.

Homens treinados para morrer...
No estresse da morte,
Lançados como dados a sorte
A esmo no conflito em confusão.

Depreciam o sangue e corpos mutilados
Lado a outro resistindo pela vida
Às vezes em vão o desejo de sobreviver
Para além do mais sobrevir à solidão.

Heróis da guerra não têm glória,
Ingloriosos bravos guerreiros
Premiam-lhes medalhas por honra ao mérito
Pelas vidas ceifadas nas mãos do atirador
Em cumprimento da tola missão.

No abrigo do jazigo o guerreiro
...Sem nome o herói de uma nação.


Cesar Moura





quinta-feira, 15 de abril de 2010

Carmesim

Carmesim


Escarlate que cura toda vida
Puro sangue de paixão
Aspergido na cruz o sacrifício santo
Brilhou a luz vertente de amor.

A glória que reluz paz em nossas vidas
Jesus Cristo, Mestre e Senhor
Vem me ajudar!
Preciso sentir o seu poder,
Cura as minhas feridas
E determine sobre mim a tua benção e o perdão,
Pra que eu seja nesta vida um vencedor.

Diz em tua palavra;
Que é o caminho, a verdade e a vida.
Então me ensina a viver nos desígnios do Senhor
Para que em mim torne constante
O sacrifício do sangue puro carmesim.

Jesus Cristo é a luz da minha vida,
A força que me rege é o seu amor.


Cesar Moura

domingo, 11 de abril de 2010

Hermenêutica

Hermenêutica


Confundida minha mente
Pela loucura eminente na devota comunhão
Relapsa crença em confusão,
Do nu transfigurado no plenário desmistificando a multidão.

Envergonha a homilética canção apocalíptica,
Não importa a resenha,
Mesmo que tenha em mãos outra verdade
Será sempre o desdenho da vertente opinião.

Em que se baseia tanta tese meu doutorado?
Eu quero mais é ficar pelado
Com as verdades que eu não sabia,
Vi na poesia a doutrina do hilário mundo azul
Do que me tece a poetrix
Ou tantas trovas em questão.

A hermenêutica constante na perfeita pregação
Aprova o discurso que restou
Versifica toda a ordem dos fatos
Dita homilia na poesia
Restituindo-me a sanção.

Resignada a liturgia no propósito de minha fé,
Sendo ainda o livre arbítrio o direito de expressão
Expresso o pensamento na forma que ele é,
Deveras ser somente esta opinião.





Cesar Moura

Prova de Amor

Prova de Amor


Trova o sonhador sem palavra...
Lavra a terra e semeia a flor
Como prova de amor priva dura
Sova o pão ante a paixão
Crava o trovador, lírica loucura
Criva a aflição com fagulhas
Agulhas suturam o coração
Que sangra de dor nas lacunas.

Trava o peito forte de rejeito trovador
Feito as duras penas em seu pleito vencedor
Bastava-lhe apenas sorte
Sendo a corte do conquistador
Não seria nada sem a conquista do amor.

Brava alusão o coração constrói
Sentimento em brasa viva
Queimando enquanto dói
Vale apena a diva paixão
Na Riva deste amor que deságua em águas profundas
Oriundas da dor que faz sonhar
O melhor de toda a trova
É viver pra lhe amar.


Cesar Moura

terça-feira, 6 de abril de 2010

Perfil

Perfil


Vi minha sombra refletida na parede
Como o perfil de um nobre sonhador,
Na rede coloquei o amor pra balançar
Curti a sombra da emoção.

Apreciei o sol raiar
Sendo eu mesmo refletido
No aspecto da razão.

Não sou demais para me dar
Nesta imagem que olhei
Tão logo existo, visto o meu ser
Para então ver como sou visto.

Isto sim, ainda tendo forças pra lutar,
Não desisti diante dos tombos que levei
Fui feito clava forte pra brigar,
Enquanto carregar este vigor
Amei o quanto precisei amar
Sou amante restituído na paixão.

Amor...
É de você que eu mais preciso
E lhe ver face a face no olhar,
Que o meu perfil por ti seja bem quisto
Para a minha sombra não ser apenas uma ilusão.


Cesar Moura

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Suicídio

Suicídio

Viver é um grande suicídio,
Quem não quer viver
Que espere a morte chegar!
A poesia não mata ninguém,
A não ser que alguém aprecie tanto a morte,
E não consiga esperar ela chegar.
Não atentará contra si mesmo o homem,
Pois quem entenderá a vossa mente?
Sois vós demente a tal ponto
Para dar o intento fim a própria vida?
Em vossa culpa sejais absolvidos pela sã consciência
E condenados com paciência a viver em serena paz.
Agoniza o suicida na sentença perpetrada contra si
No desprezo pela vida em vão tão mal julgada
Sendo o algoz e também o juiz.
Jaz então no perpétuo fim,
Em suma voz o amargo fel
O juízo final.

Cesar Moura

segunda-feira, 29 de março de 2010

Isa a bela

Isa a bela


Isa foi-se tua vida tão depressa
Esta dor regressa ao lhe perder no olhar,
Iça logo a vela e vem
Quero procurar-te no mar.

Bela, foste assim singela
Anjo pra no céu morar
Visto ficou a sua marca com toda nitidez
Na tez cada vez marcada
Que de saudades pode até fazer chorar.

Ouço a sua voz criança,
Com esperança penso que ainda vai voltar,
Quiçá em outra vida
Vejo-lhe mais linda
Em tua nobre paz que finda
Como pétalas livres soltas pelo ar.

Isa para sempre bela!


Cesar Moura

domingo, 28 de março de 2010

"A justiça foi feita, mas o vazio ficou.”

"A justiça foi feita, mas o vazio ficou.”


Toda esta dor se justifica assim perfeita
Feita a dor aos pedacinhos
Que ficaram para trás,
Não traz de volta o amor
Que se perdeu na solidão daquela dor.
A justiça foi feita
Com a verdade compreendida,
Um nó desatou da garganta
Mas do que adianta,
A justiça foi feita, mas o vazio ficou.
A amargura de perder um belo sorriso
E da saudade que vingou
Transformou o coração carente
Em alguém tão dependente
Do amor que você deixou.
Vi no olhar de Isabella
A virtude de ser bela
E sua mãe ali distante...
Olhando triste da janela,
Porque ela nunca mais voltou.


Cesar Moura

sábado, 27 de março de 2010

A Sentença Final

A Sentença Final

Na batida do martelo
Sentencia o juiz ao réu,
Desmorona o céu sobre sua cabeça
E o que parecia tão belo
Logo perde o valor.

O réu disfarça e chora
Aquela nuvem negra
É o seu martírio de dor,
A liberdade que agora distante
Parecia naquele instante momento
Uma imagem dissolvida na água.

Do calvário ao purgatório
Levou consigo aquilo que parecia ser
“A sentença final...”
O meritíssimo condena-o a ter,
A imediata prisão em tal regime fechado.

E o delinqüente algoz agora agoniza
Em sua dor que eterniza
O horror que ele mesmo criou.

E mesmo que um dia alcance a distante liberdade
Carregara consigo as marcas de sua covarde maldade,
E todas as vezes que se olhar no espelho
Saberá que ainda não sofreu a sentença final.

Afinal não existe sentença
Maior que a própria consciência.



Cesar Moura

segunda-feira, 22 de março de 2010

Psicose

Psicose

Tece o louco a sua própria teia
Antes que goze o mal a sua amarga sensação
No obscuro de nossas mentes o demente insensível
Que hiberna dentro de nós.

Fujamos do apelo emocional assassino
Que em nada de belo apraz,
Sinto um gelo dorsal neste homem animal
Que mata sem dó...
Provocando o calafrio do terror
O psicótico no seu vil desamor irracional
Pela dor que alimenta este monstro perverso,
Não vejo estampado no rosto
E nem se quer no reflexo maldito
O seu gosto da morte a sangue frio.

Tenho medo da mente assassina
Do cão que encarna em mim
Não tenho certeza da nossa razão...
Pode ser ela a psicose da conduta escondida
Adormecida pela rígida consciência
Que faz esta diferença
Entre o certo e errado
Do bem e o mal.


Cesar Moura

sábado, 20 de março de 2010

Anátema

Anátema


É uma lástima quando o amor vive este drama,
É anátema viver sem compaixão
No exílio da suma consciência
Excomungado por sua própria dor
Lá esta o vale dos desesperados
Separados pelo abismo da falta de coragem
Na bagagem carregam o rancor.

A trama dura e contundente
Do ódio que esta no coração da gente
Por si mesmo já é condenação.

Bem aventurado o amor por sua boa vontade
Da legião que faz da vida um ato de bondade
Repartindo o pão com o pobre sofredor.


Cesar Moura

terça-feira, 16 de março de 2010

Leão

Leão


Ruge hoje o meu leão
Pelo amor de uma felina,
Esta imputado em meu coração
O desejo por aquela bela menina.

Não o bastante, cujo ensejo
Torna-se instante sugado pela paixão,
Rastejando no olhar o ansioso predador
Rompendo a castidade através do pensamento obsceno...
Por quanto aceno por minha cobiça
Quando a vejo passar entre passos rebolantes.

Mesmo sendo eu do signo de virgem
Sinto-me então, hoje como um leão
Este bravo bicho comedor
Atraído pela libido sexual do amor desta felina.


Cesar Moura

sábado, 13 de março de 2010

Homem Bomba

Homem Bomba


Vive para destruir...
Vivido reza explodir,
Ríspido pela demente causa
Arrisca ver o mundo ruir
Homem bomba tomba junto com a confusão.
Da explosão não resta nada
Vindo do silêncio... O caos,
Rindo de todo este barulho o mal
Na forma da síntese que somos
Todos explosivos prontos para deflagrar a qualquer momento.
Não vejo em outro sentimento
Que nos outorgue a paz pelo amor,
Fere o homem a outro com a dor de sua bomba
Naquilo que zomba ser o mais correto,
Mesmo que veja a sua vida se esvair
Morre de rir engasgado pelo ódio,
Propagando o terror de sua bomba
Levando consigo o sorriso dos inocentes,
O bom siso no confuso de nossa mente
Sofre impotente por falta da preciosa compaixão.



Cesar Moura

segunda-feira, 8 de março de 2010

Vias de Regras

Vias de Regras


Esta aliança forjada e mal sucedida
Perdida no tempo desfaz
O elo do nosso castelo
Outrora foi um sonho tão belo
Que agora desmorona em ruínas
E explodem as minas de desavença entre nós.

Os destroços da devasta paixão
Machucam e dói,
Causando esta profunda dor
Com estilhaços fincados no coração
Fazendo sangrar...

São as tais vias de regras
Tão cegas nas dores deste amor
Que só nos faz chorar,
Jaz este sentimento bandido
Fingido de amante leal.

A forja da união se rompeu...
Doeu, mais valeu!
Se, foi legal pra você,
Também foi bom pra mim
E agora só nos resta à solidão
Do nosso triste fim.


Cesar Moura

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Danos Morais

Danos Morais


Isto é coisa feia
Lá do tempo do “arco da véia”
Sinceramente, a coisa tá preta
Tanta treta por falta de amor
O dissabor jogando areia
É melhor ficar quieto
Pois o risco pode dar dano moral
Não é nada legal
Este fato passional
Do ato sentimental.
Sou filho da velha
Centelha do juízo legal
Não denigre o fino da gente
O pino pira a paixão
Viro a outra face da cara
Uma palavra às vezes dói mais que um bofetão.

O que diz o seu juízo...
Sofro em silêncio o meu prejuízo,
É de amor o que eu mais preciso
Senhor juiz, não me leve a mal
Fui ferido pelos canais da prepotência
Que por diligência se converte em danos morais

Me, dê a justa sentença
Por glória, clemência e amor.



Cesar Moura



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sagaz

Sagaz


Por você atravessaria as cordilheiras dos Andes
Antes que o dia amanheça,
E o faria sem vacilar...
Sem pestanejar.

Enfrentaria o calor do sol
No deserto do Saara,
Só pra te encontrar.

Repousar-me-ia de alegria
Nos teus braços de amor,
Deusa Afrodite acredite em mim
Porque sou assim...
Só penso em te amar.

Por você eu sou capaz,
Vejo-me sagaz
O meu pleito é o seu corpo nu
Grudado com o meu
Sou feliz por este amor
Que me faz tão bem.

Por nossa paixão
Enfrentaria um dragão
Na arena lutaria com um leão
E de bandeja ainda lhe daria
O meu coração amor.

Te amo por ser capaz
Sou o seu eterno cortesão
E você a minha paz.



Cesar Moura

Oxalá

Oxalá


A luz que brilha em teus olhos
Por Deus, reluz com toda a paz
Para não o ver chorar
Sem um acalanto de amor.

Deu-lhe a clara luz
Para lhe fazer feliz,
E não o ver sofrer de dor
Sem ter onde repousar o coração rapaz...
Então receba a paz!

Oxalá que todos fossem assim,
Que pudessem sonhar com um mundo melhor
Sem guerras e violência
Vencendo todo este horror.

E ao invés das dores deste mundo
Encontrássemos no fundo um bom valor
No sorriso feliz do olhar das nossas crianças
Vendo a esperança brotar em cada ser
Como num novo amanhecer.

Para enfim viver a ciência exata
Expressa na luz dos olhos teus,
Quisera Deus por toda paz
Verter o amor nos sonhos meus.



Cesar Moura

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Devasso

Devasso


Trato e não destrato em vão
Tragam as flores para mim,
Há um efeito temporal...
O amor vencendo o mal,
Restituindo em flores o nosso triste fim.

Trago e não estrago o pão
Tragam as flores para mim,
Amor que nunca mofa
Sova a dor com excelência o grão
De trigo feito pão,
Tragam as flores para mim.

Nato desavesso e vou, o devasso...
Fato que em desafeto sou esta carente flor
A procura visto o meu lado amor
No rastro que o tempo consumiu
Vingou na vida feito um jardim floral
Atravessando a vida como num portal,
Pelo jugo que me foi vencido
Este amor que me faz vencedor,
Quando nada mais restar;
Apenas tragam as flores para mim.



Cesar Moura

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Monodrama

Monodrama


Ah! Se tu soubesses das armadilhas
Que há em nosso viver,
São tantas às surpresas reservadas a nós
E que ainda nos farão sofrer
Perderia sentido a vida assim?
Contudo, me empenho para tentar dizer
Que não procuro no sucesso e riquezas
O melhor pra mim
Fosse deveras um simples reconhecimento...
E já seria feliz enfim.

Neste monodrama sonhei com a fama
Desejando sobre mim os holofotes do glamour
Porém, o fator do descaso por acaso, deixou-me assim
Descrente... Sei lá!
Lá se vai à vida em minha inércia
Na inconformidade desta estatura que não posso mudar
Configurado estou neste singular ser de meu avatar.

Quero crer que valeu tudo isto...
Que viver aquém da verdade, ainda que transitória
A notória verdade da qual não sou dono,
Mas às vezes faço uso dela
Sendo ela mesma a própria verdade altera-se com tempo
Vejo não existir verdade absoluta
Nem naquilo que luta entre a ciência e religião.

O grande fato que pesa agora
É que a vida às vezes não passa de uma breve ilusão.



Cesar Moura



sábado, 30 de janeiro de 2010

Divago

Divago


Poesia que me força e vem,
Queima sem me distrair
Poesia à minha destra nesta hora zen
Mesmo quando sobrevêm medito neste seu fluir.

Relativa versa a nossa lida
Bela e descontraída da parte que me faz tão bem,
Prosa, rogo e canto...
Assim não me desencanto
Sem a poesia eu não sou ninguém.

Divago entre a solidez
E a brandura lingüística mera... O português,
Quem me dera fosse hoje o dia
Em que viver você poesia
Sobreponha toda quimera
E vivesse este dia somente para me dar prazer.


Cesar Moura

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sal

Sal

De encontro à luz do sol
Ando em silêncio a procura do meu lugar ao céu
Ainda que seja eu o réu do vosso juízo
Ser julgado é menos o que preciso agora
Vivo o próprio siso perdido neste paraíso
No meu desencanto em total dissabor
Insípido amargo sem sabor
Amor que me tempera bem
Que seja como sal
Elemento químico natural
Puro sentimento transcendental.

E como tal sou o silício em plena forma bruta
Na gruta sem valor
Só esperando me lapidar
O tempo deixa suas marcas em mim
É a dor que me faz brilhar enfim, como cristal
Sou frágil... Se me tocar, ouça-me ressentir
Com a ressonância de um metal.




Cesar Moura

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Latinha

Latinha


Lá tinha?
Não tinha,
Latinha na mão.
Na mão alumia alumínio e latão,
Recicla e retorna é dinheiro na mão.
No chão tem latinha,
É dinheiro jogado no chão,
No chão entope o bueiro
Reciclando é dinheiro na mão.


Cesar Moura

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sombra

Sombra


Sem as sombras do medo
Da angustia e de dor
Cravado em meu peito
A relé força o pavor
Dói o medo do escuro
Como uivo do lobisomem
De todas as coisas que me consomem,
A maior é a luta entre o homem e a fera
Que desgraça a coragem
Traída pela covardia.

Quisera olhar-se no espelho
E visse com sinceridade a verdade contida
No reflexo exposto
Este rosto que vejo
Sem desejo expresso
Refletindo de novo o avesso da alma.

Calma coragem desafie o medo!
E crave a estaca na fera
Que domina o ego em minha plena vaidade.

Verdade, ainda que cedo e nunca tardia
Sem as sombras do medo
Sigo-a o quanto suporto
Perseguido entre a cruz e a espada,
Sigo o rígido destino
Buscando na luz a minha sombra.



Cesar Moura

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Luz do Amanhã

Luz do Amanhã




Os nossos olhos preparados para o que é belo,
Pinta às portas um castelo na imaginação...
O outro lado da vida na tela, a ilusão.
A realidade oposta desmascarando a vaidade
Como verdade sentida na batida do martelo,
Esclarecendo todo o sentido da vida.
Que na dor floresce o melhor de nós
Pois basta-nos sofrer que descobrimos, o remédio é o amor...

A natureza nos devora como prezas fácil
Em seu ágil labor na relva flora de sua evolução
Naquilo que pensamos dominar,
Somos dominados como um barco a deriva em meio a um furacão
Os terremotos sacodem o nosso medo
Desafiando todo credo que retém a humanidade.

E nesta síntese vivida dentro de todas as tragédias
Questionamos o criador...
Será que ele nos esqueceu?

Não tenho por omisso o Poderoso Deus,
Ele não se esquece de ninguém!
Pode haver na morte, a sorte de alguém.
Eis que somos predestinados a morte todos os dias de nossas vidas,
Mas por amor também somos salvos.

Quem nos garantirá a luz do amanhã?
Se não for o próprio Deus.


Cesar Moura

domingo, 10 de janeiro de 2010

César

César


O intento de viver em intenso furor,
Vasta em suplica a “res publica” por falta de amor
Mesmo que sã nada lhe será melhor
Como é o próprio amor,
Vide bula o remédio é amar...
Neste imenso império da humanidade em seu Augusto viver,
Rege-nos César por tanto poder...
Mas, no entanto pra que tanto poder?
Se o beneplácito é o amor!

Penso amar-te por ser como você...
Eis que me vejo no rosto de cada ser
Entretanto o viver pelo amor,
Basta-nos como poder!


Cesar Moura

sábado, 9 de janeiro de 2010

Amor Proibido

Amor Proibido


Por falar de amor...
Por onde anda você meu amor?
Já cansei de esperar
E não posso ficar neste vazio,
Ainda lembro do calafrio que senti
Quando apreciei o seu jeito gostoso de ser.

Não sei se sou romântico demais
Por declarar-me assim...
Mas não suportei quando olhaste para mim,
Percorri o seu corpo inteiro no olhar
E me apaixonei como um louco qualquer!
Talvez até fosse vulgar ao manifestar a minha atração por você.

Por favor, não me negue o prazer!
Quero desfrutar contigo este amor proibido
Mesmo que a minha sentença seja lhe amar...
Lhe amarei com todo o prazer,
Quero apenas te amar, te amar!

Libido sexual devaneio enlouquece eu sei!
A paixão é força motriz que estremece até a raiz
Violando a sensata lei da razão.

Você é a forma física exata
Que sempre desejei possuir,
Vou ruir estremecido entre o prazer e a dor
Pois não vivo sem o seu amor!

Declamarei as frases que fiz...
A você minha flor de Liz,
Venha para os meus braços que é o seu lugar,
Seja a minha diretriz e serei o seu aprendiz
O nosso ninho de paz se fará para amar, amar... Amor!
Pois você é tudo o que eu sempre quis.



Cesar Moura