quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Suicida

O Suicida


Nunca... Quisera enfrentar tal sofrimento
Distante da realidade e sem argumento,
A vida por um só momento
Não vale mais nada.

Como o pó que se desfaz,
No desespero da morte que deseja este elemento
De encontrar uma saída.

A emoção em depressão
No coração um só lamento,
Demente pensamento na escuridão
Em regressão o suicida
Ouviu a voz da solidão
Deseja por fim, a sua vida.

O perecer não traz a redenção
Encontre a luz no sentimento
E haverá um bom motivo para viver.

Render-se nunca...
A vida é muito mais
Do que parece ser.



Cesar Moura

domingo, 25 de outubro de 2009

Rio de Paz

Rio de Paz


Nascente na dor
No vale do amor
Lágrimas que na margem se desfaz...
Rio de paz enterra uma flor
Que ao vê-la neste vale
Sucumbir sem nenhum valor
Causa tristeza e rancor
Pela alegria que jaz nos braços do ente...
O pobre sofredor.

O pai da alegria sofre
Ao ver fugir a esperança
Nesta violência desvairada,
Alvejada em disparada
Pelo sangue que segue na calçada
Desaguando no rio de paz...

Por favor! Atirem em nós
Apenas sementes de amor,
Alegria sem devaneio
Desespero no passeio,
Não é festim que atiram em nós...

As flores que de todo este desespero sobrevivem
Seguem o rio chorando,
Fazendo o seu apelo pela paz...



Cesar Moura

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Vagabundo

O Vagabundo


Para que se afogar no caís profundo,
E viver sem paz o vagabundo
Em meio à rajada, o tiroteio... A confusão
Morre o derradeiro na multidão.

O poder paralelo dita o submundo
Num mundo de caos e pavor
Cadê o amor?
Perdeu o valor para a morte maldita.

Hei, vagabundo saca só...
Tu também és pó,
A rajada ao vento é como bala perdida no tempo
Um dia te encontrará despercebido
Perdido no tempo
E serás mais um elemento
Desatando o nó da garganta daquela mãe que fizeste chorar.

Metralhadora, fuzil, granada, droga, dinheiro, posição social
É o mal destituindo a razão...
A sua loucura é para ti uma sepultura
Tenha paciência...
Este mundo não precisa de mais violência!



Cesar Moura

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sarjeta

Sarjeta


No escuro te procuro...
Procuro como ninguém
No escuro do meu quarto
Parto no obscuro atrás de alguém.

Meu bem, para que te quero assim?
Se é o meu fim neste próprio desespero,
Do bem que te quero... Me curo
O amor é sempre puro.

Pela dor que injeta
Este sentimento na sarjeta
Me curvo na guia sentimental,
Quem sabe enfim me veja como tal...
E seja eu, apenas este ninguém
Que você sempre desprezou.

Não esquenta meu amor...
Desprezas a mim na minha dor
Amanhã se vier me procurar
Encontrará apenas um lugar vazio...
Sem ninguém pra te amar.



Cesar Moura

sábado, 17 de outubro de 2009

Ametista

Ametista


Esotérica ametista
Erótica egoísta
Roubastes os sonhos meus
Deixando-me apenas a loucura.

Opala cintilante
Pedra preciosa
Diamante meu,
Minha cobiça é quase um desespero
Quando te olho é por que lhe desejo...
Te espero livre sem que me percebas.

Nunca pensei em desviar de ti o meu olhar
Pois, te achei a coisa mais linda
Fiquei distante lhe admirando
E segurei para não me entregar.

Ainda que tente me desligar daquele momento
Você não sai do meu pensamento
O teu cabelo, o teu corpo e o teu sorriso
Tornou-se o meu tormento...
A ametista foi-se embora
Levando consigo os meus sentimentos,
E ainda sinto-a diante de minha vista...
Pedra preciosa, mulher de diamante.






Cesar Moura

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lobotomia

Lobotomia


No limiar do céu escuro
Brilhou a estrela guia
Iluminando o véu da aurora boreal
Como nostalgia em formato de poesia
Usando a fonte de sabedoria
Na lobotomia em alto astral.

A lavagem cerebral
Desfazendo-se da massa no aspecto transcendental
Fisga a sã consciência
Pra não enxergar o mal.

E vivemos da hipocrisia
Fingindo ser real
Aquilo que para nós nunca foi normal.

Talvez lavem a nossa mente
Com coisas que nos façam assim...
Dependentes de uma opinião qualquer,
Vivendo neste veredicto que vos dito
Sem uma sentença se quer
Que nos faça ver a verdade como ela é...
No formato original.



Cesar Moura

sábado, 10 de outubro de 2009

O Labirinto de Fauno

O Labirinto de Fauno


Esta é uma história de amor
No labirinto de fauno
Que desaguado pelo dissabor
Desencanta perdido em glória
Murchando-se como flor no desalento.

Em pleno jardim de primavera
O homem versos fera
No caos do opróbrio e rancor.

Então... Não veste o fauno a paixão
Neste ambiente selvagem,
À margem do coração do homem
Versa o amor em concordância
Com a ânsia de encontrar
Em seu destino o portal perdido
No labirinto de fauno.

Exausto, só e ferido
Versifica o ser em pedra
No vasto corredor de dor.

E, o que antes parecia
Um beco sem saída
Transfigurou-se em cenário de luz...
O fauno desapareceu vencido
Dando espaço para o triunfar do amor.



Cesar Moura

domingo, 4 de outubro de 2009

O Reflexo de Narciso

O Reflexo de Narciso


Nêmesis da condenação
Eco no lago da paixão
Apaixonados na desilusão
Narciso da vaidade
A ninfa confusão.

A beleza deixa perplexo
De apaixonar-se pelo seu reflexo
Amantes com razão
A pira da prisão.

Tragédia a moda grega
Agrega o narcisismo como fonte da questão
Amante de si mesmo
Afoga-se vaidoso em sua própria visão.

E não se vê Narciso
Como se é preciso,
E desaparece então...
Definhando de amor,
E procurado pelas ninfas apaixonadas
Encontram apenas uma flor.





Cesar Moura

Raiz de Amargura

Raiz de Amargura


Enaltecida senhora poesia,
Penhora o amor em troca do saber
Todavia desperte o sabor de viver
Ao carente ser que em sua raiz de amargura
Preso esta... Entre farpas e fagulhas,
Ardendo o seu coração com pontadas de agulhas
Que advêm da realidade de secar a alma
Causando o trauma... Tirando-lhe assim o prazer de viver.

Dona poesia,
A senhora é sincera,
Como é que espera a tristeza vencer?

Olhe para o caos da loucura
Da fissura o tormento
Do sentimento ferido por falta de amor,
Passa o teu bálsamo de compaixão
Como acalanto neste pobre coração
Devolvendo a este ser, a paz.

Faz em teus versos o remédio que cura,
O poder que o alivia desta agonia...
E traga de volta a esta via o prazer em viver.




Cesar Moura