quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobrenatural

Sobrenatural


Andei de canto desesperado,
Amargurado de tanto chorar
Nadei contra a maré,
Não confiei no divinal amor
E naufraguei no mar da solidão,
Meu coração bateu com dor
Estive a pé na escuridão.

Foi ai que o amor de Deus entrou em ação!
Ele estendeu as mãos pra me salvar,
De todo o mal que destruiu a minha fé,
Deu-me a comunhão.

E hoje vivo o sobrenatural do seu amor,
Amado Deus e Senhor
Enxugou o meu pranto
No manto de ternura e fé.


Cesar Moura

Réu Primário

Réu Primário


Fui condenado em primeira instância,
Na circunstância deste amor
Feito réu primário,
No sumário, sem entender nada da paixão.

Este caso é um fato complicado
Pois, violei a lei da união
Que reza em nosso compromisso
E por isso paguei com a minha solidão.

Vivo no meu cárcere privado
Esperando a absolvição,
Os agravantes pesam muito
Sobre o processo de apelação.

Peço o teu amor por condicional,
Pra que me venha este beneficio
Como um ato de sua compaixão,
Não ligue para os meus antecedentes,
O que procede às nossas vidas
Agora não tem nenhum valor,
Sei o que mais importa nesta hora
É receber de volta o seu amor.


Cesar Moura

terça-feira, 20 de abril de 2010

Espírito Santo

Espírito Santo


Ao entoarmos o sacro canto
Paira sobre nós a luz de paz.
Pois, prometeu Jesus
Enviar-nos o consolador,
O Espírito de amor.

Deixo-vos a paz,
A minha paz vos dou:
Não vo-la dou como mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração,
Nem se atemorize.
*
Ó Espírito Santo,
A ti rendemos toda glória e louvor!
Ao preceptor trino de Deus
Pertence o poder transformador.

E Deus limpará de seus olhos toda lágrima;
E não haverá mais morte,
Nem pranto, nem clamor, nem dor;
Porque já as primeiras coisas são passadas.
*
Bem maior que as dores deste mundo,
É o amor de Deus por nós,
Ora vem Senhor Jesus
Derrama o Espírito de paz,
O Santo consolador.


Cesar Moura
*João 14:27
*Apoc 21:4

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Soldados

Soldados


Na fronte uma bandeira rasgada
Rajada e consumida pelo tempo,
Vento flamejante em plena haste
Surge no horizonte o tecido espectro,
No retrospecto da guerra gera o horror.

Na guerra não existe vencedor,
Soldados entrincheirados choram as duras dores
No pior de todos os horrores,
Defendem a si da pátria causa
Pela dor que lhes fazem sofrer.

Homens treinados para morrer...
No estresse da morte,
Lançados como dados a sorte
A esmo no conflito em confusão.

Depreciam o sangue e corpos mutilados
Lado a outro resistindo pela vida
Às vezes em vão o desejo de sobreviver
Para além do mais sobrevir à solidão.

Heróis da guerra não têm glória,
Ingloriosos bravos guerreiros
Premiam-lhes medalhas por honra ao mérito
Pelas vidas ceifadas nas mãos do atirador
Em cumprimento da tola missão.

No abrigo do jazigo o guerreiro
...Sem nome o herói de uma nação.


Cesar Moura





quinta-feira, 15 de abril de 2010

Carmesim

Carmesim


Escarlate que cura toda vida
Puro sangue de paixão
Aspergido na cruz o sacrifício santo
Brilhou a luz vertente de amor.

A glória que reluz paz em nossas vidas
Jesus Cristo, Mestre e Senhor
Vem me ajudar!
Preciso sentir o seu poder,
Cura as minhas feridas
E determine sobre mim a tua benção e o perdão,
Pra que eu seja nesta vida um vencedor.

Diz em tua palavra;
Que é o caminho, a verdade e a vida.
Então me ensina a viver nos desígnios do Senhor
Para que em mim torne constante
O sacrifício do sangue puro carmesim.

Jesus Cristo é a luz da minha vida,
A força que me rege é o seu amor.


Cesar Moura

domingo, 11 de abril de 2010

Hermenêutica

Hermenêutica


Confundida minha mente
Pela loucura eminente na devota comunhão
Relapsa crença em confusão,
Do nu transfigurado no plenário desmistificando a multidão.

Envergonha a homilética canção apocalíptica,
Não importa a resenha,
Mesmo que tenha em mãos outra verdade
Será sempre o desdenho da vertente opinião.

Em que se baseia tanta tese meu doutorado?
Eu quero mais é ficar pelado
Com as verdades que eu não sabia,
Vi na poesia a doutrina do hilário mundo azul
Do que me tece a poetrix
Ou tantas trovas em questão.

A hermenêutica constante na perfeita pregação
Aprova o discurso que restou
Versifica toda a ordem dos fatos
Dita homilia na poesia
Restituindo-me a sanção.

Resignada a liturgia no propósito de minha fé,
Sendo ainda o livre arbítrio o direito de expressão
Expresso o pensamento na forma que ele é,
Deveras ser somente esta opinião.





Cesar Moura

Prova de Amor

Prova de Amor


Trova o sonhador sem palavra...
Lavra a terra e semeia a flor
Como prova de amor priva dura
Sova o pão ante a paixão
Crava o trovador, lírica loucura
Criva a aflição com fagulhas
Agulhas suturam o coração
Que sangra de dor nas lacunas.

Trava o peito forte de rejeito trovador
Feito as duras penas em seu pleito vencedor
Bastava-lhe apenas sorte
Sendo a corte do conquistador
Não seria nada sem a conquista do amor.

Brava alusão o coração constrói
Sentimento em brasa viva
Queimando enquanto dói
Vale apena a diva paixão
Na Riva deste amor que deságua em águas profundas
Oriundas da dor que faz sonhar
O melhor de toda a trova
É viver pra lhe amar.


Cesar Moura

terça-feira, 6 de abril de 2010

Perfil

Perfil


Vi minha sombra refletida na parede
Como o perfil de um nobre sonhador,
Na rede coloquei o amor pra balançar
Curti a sombra da emoção.

Apreciei o sol raiar
Sendo eu mesmo refletido
No aspecto da razão.

Não sou demais para me dar
Nesta imagem que olhei
Tão logo existo, visto o meu ser
Para então ver como sou visto.

Isto sim, ainda tendo forças pra lutar,
Não desisti diante dos tombos que levei
Fui feito clava forte pra brigar,
Enquanto carregar este vigor
Amei o quanto precisei amar
Sou amante restituído na paixão.

Amor...
É de você que eu mais preciso
E lhe ver face a face no olhar,
Que o meu perfil por ti seja bem quisto
Para a minha sombra não ser apenas uma ilusão.


Cesar Moura

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Suicídio

Suicídio

Viver é um grande suicídio,
Quem não quer viver
Que espere a morte chegar!
A poesia não mata ninguém,
A não ser que alguém aprecie tanto a morte,
E não consiga esperar ela chegar.
Não atentará contra si mesmo o homem,
Pois quem entenderá a vossa mente?
Sois vós demente a tal ponto
Para dar o intento fim a própria vida?
Em vossa culpa sejais absolvidos pela sã consciência
E condenados com paciência a viver em serena paz.
Agoniza o suicida na sentença perpetrada contra si
No desprezo pela vida em vão tão mal julgada
Sendo o algoz e também o juiz.
Jaz então no perpétuo fim,
Em suma voz o amargo fel
O juízo final.

Cesar Moura