segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vozes

Vozes

Ouço no silêncio do meu pensamento,
Vozes á me inquietar...
E por um só momento,
Abro este sentimento que não quer calar.

Se as coisas que ouço e transcrevo são bobagens.
Não me atrevo argumentar!
As vozes rasgam o verbo na poesia
Nesta trama que se encerra,
Ferozes nas asas do tempo...
Caindo sobre a terra em forma de alegria
Na arte popular.
Assim é você, minha poesia!
Sigo as vozes desta liturgia
Como um encanto de magia
Ou num conto de fadas
Sem que alguma coisa em mim venha mudar.

Sou a expressão descrita em minha voz
A foz da poesia, desaguada na bacia
Do deleite que se faz apreciar.

Só te peço que em tua voz
Nunca se esqueça de me declamar;
Sou apenas um pensamento...
A voz transformada em poesia.



Cesar Moura

sábado, 28 de novembro de 2009

Feliz Natal

Feliz Natal


Como viver as fantasias
De uma noite de natal?
Se em muitos lares
As mesas estão vazias
Sem um pão para cear,
Como dizer a alguém feliz natal?
Se em sua alma não existe mais esta alegria
Quando ferida pelos motivos do viver.

O sofrer na apostasia desanima até Noel
Da realidade que figura como um presépio original
Desta árvore com muitas lâmpadas queimadas
Do sobrenatural que nunca vai acontecer.

Prosperidade, paz e harmonia
É tudo o que desejam oferecer,
Mas esta mensagem fica tão vazia
Para dizer neste dia especial
Pois a verdade muitas vezes contraria
A nossa forma de viver.

Pense, existe alguém precisando do seu presente
Em forma de sorriso, ou de abraço
Com um laço mais forte de amor fraternal,
Abra a sua porta e deixe entrar este pobre ser carente
Para desfrutar do melhor que tem a oferecer.
E com certeza será você amigo, o maior presente
Que alguém haverá de receber.

Nasceu Jesus o filho de Deus.
Nasceu o amor,
Feliz natal!



Cesar Moura

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Monólogo

Monólogo


Vejo-me só...
Sóbrio, sólido e estático.
Neste estado físico e carente
Que me faz tão dependente,
Às vezes frio... Outrora quente.
No fio da navalha me equilibro pra não cair,
No frio da destreza e a solidão.
E tão logo me veja são,
Adentro a vida de peito aberto
Rasgando o véu da minha loucura.
Apresento neste palco as verdades latentes
Diante dos olhos e de todas as lentes
Este monólogo...
E farei análogo por certa á razão,
Da desertificação que é viver na solidão.
A dissecação do ego fere o meu coração
Desfaço-me como areia
Empurrado pelo vento como poeira.

E toda a carência que vem do meu ser
É do amor que me faço querer...
Sinto o prazer nas paixões impossíveis,
E do apreço sem valor dos sonhos inatingíveis...
Então, olho para mim na forma que sou,
Sustentando o meu ser com todo o pudor
Sendo o mono,
Logo feito um holograma
Que ama e depende deste poder...
Vivo o amor.


Cesar Moura

domingo, 22 de novembro de 2009

Nobel e a Humanidade

Nobel e a Humanidade


...Dualidade na cumplicidade
Por falta de vontade
No plano covarde da maldade verso o amor.
A nossa humanidade que se incendeia
Despreza a vida alheia,
Pensa e ainda faz besteira
E só por brincadeira semeia a dor.
Mas não é capaz de entender
Que uma lágrima vertida nunca é perdida
Sem antes provocar o rancor.
São tantas as raças divididas
E mal compreendidas em seu complexo... Doutor.
A humanidade vive no auge da desigualdade
Na realidade é um “Reality Show”,
Ora tudo é real...
E quem chora pelo ser eliminado
Vive indignado pela falta de amor.
Mas, em verdade todos merecemos
O ignóbil “Prêmio Nobel pela Paz”
Por todas as bombas explodidas,
As muitas balas perdidas
E por este monte de crenças e religiões,
Aquelas regiões sempre esquecidas
Das crianças que mínguam desnutridas
Em um mundo de horror.
Este é o louvor pela nossa humanidade
Que curvada à luz da lua
É pobre nua e crua, quando falta lhe o amor.


Cesar Moura

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lida

Lida


Lida que me fazes vida
Que me tens como quer,
O meu querer não é poder
Frígida sustém o voraz apetite do tempo
Em tuas mãos a me consumir
Até que não haja mais nada de mim.

Minha vaidade é quase nada
Neste instante regresso
Sou a sombra da luz
A procura de paz
Rígida à vida moldou o meu sofrer.

Vida que sou...
Do amor que sonhei,
Sou um pouco de verdade e mentira
Misturado as paixões e desilusões,
Da inocência nada mais me restou

Não sou o super homem que pensava ser
Os meus heróis já morreram
Com o passado que ficou para trás,
Minha vida sinto muito por ti
Proteger-te não posso
Pois não tenho este poder em minhas mãos.

As virtudes da humanidade dentro de um corpo qualquer
Despedaçam-se como cacos de vidros espatifados no chão
Riqueza é viver,
Pobreza é sofrer
Quando a luz se apaga não resta mais nada a fazer
A vida se foi...
Lívida se recompõe na forma de outro ser
Pra chorar e bem dizer,
Assim és tu, vida.


Cesar Moura

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estigma

Estigma


A minh’alma enferma esta,
Sem um lampejo de inspiração.
Neste estigma que machuca o meu coração,
Vivo o martírio que me castiga...
E fere com a insígnia da dor,
Sem motivo e nem razão.

A paixão é como punhos abertos
Sangrando de emoção,
Feridas ardem em meu corpo... Estigmata,
Que me fere e quase mata por falta de compaixão.

Este amor não combina com ardor
Não tem um valor se quer...
Não sei pra que te amar assim
Se em teus olhos só vi a frieza
De alguém que não pensa em me querer,
O meu estigma só me faz sofrer
Por este amor que nunca poderei viver.

Desfaço-me das lembranças,
Perdi as minhas esperanças...
Joguei o amor na lata da desilusão
O desejo que tenho nesta paixão me mata
A decepção que arde no meu peito dói...
Feito o estigmata que me corrói.



Cesar Moura

sábado, 14 de novembro de 2009

Casa das Rosas

Casa das Rosas


Passarela das flores
Lugar de muitos amores
Recanto das prosas
Abrigo dos versos
Casa das rosas.

Morada da arte popular
Neste cenário singular cheio de pluralidade
Não existe gigante,
O humilde operário sobe na tribuna
E ao declamar sua poesia
Torna-se importante como o foi João Pessoa,
E não é à toa...

Casa das rosas fincada no paraíso
A Arcádia dos enaltecidos
Abre as portas para os esquecidos
Os tijolos de barro em sua pedra fundamental
Seguram os átrios de sua história
E hoje a sua glória é bem dividida
Neste palácio que abre as portas
Para o movimento cultural.

A poesia se completa em seu quintal
Seja ela como for...
Verá o desabrochar dos versos como flor ao relento
E o seu fundamento será respeitado na forma de prosa
Bela e formosa... És tu Casa das rosas.


Cesar Moura

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Licor de Chocolate

Licor de Chocolate


O seu corpo todo nu e suado
Tatuado com os caracteres do amor
E tateado com prazer...
Tem o sabor do pecado consumado
Que não da pra resistir.

Esta miscigenação na tua cor bronzeada
É uma tentação desejada...
Ah! O teu cheiro é tão suave,
Comparo-o ao perfume de uma flor
És a paixão que desejo consumir.

Meu licor de chocolate
Que embebeda minh’alma
Deleito-me na beleza de teus seios
E de loucura perco a calma
Pelo volume da silhueta bem marcada,
Vem...
Faz de mim escravo do seu amor.



Cesar Moura

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Candeia

Candeia


Escrevi o seu nome na areia
Pra não mais esquecer
Candeia quando dormiu pra descansar
Os sambistas reuniram-se para se lamentar
A voz do mestre fez-se calar
Sua nitidez no samba
Clareia com maestria o bamba
Poesia nota dez no amor que você outro dia cantou.

Candeia, porque precocemente sumistes assim?
A inspiração carregou-lhe nos braços
Levou-te a outra dimensão,
A letra de sua composição deflagrou
Explodiu em forma de flor, o amor...
Você se foi como o tempo... E nos deixou!

Candeia um rio de melodia
Que desaguou no mar,
A luz que em ti ascendeu
Nunca há de apagar.



Cesar Moura

sábado, 7 de novembro de 2009

Soneto Pela Paz

Soneto Pela Paz


O lírico som do amor me trás...
Lúdico tom e cor de paz
Refaz a sutileza do meigo olhar
Para que seja capaz de amar.

O sádico prezo a dor jamais conhecerá o amor
A dor só o faz sofrer
O mágico mundo perdido em nós
Libido compreendido em “ÒS”.

Voz que é percebida com todo o poder
O místico soneto na resenha de uma flor
Desenha decompor o pretexto para a dor.

E o amor que resiste nos braços fraternos
Entrelaça-se no texto pelo sentimento de paz
Num gesto digno do maior valor... O amor.



Cesar Moura

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eminência

Eminência

A estrofe a seguir
Segue a epígrafe da catástrofe mundial
Não que me aprove naquilo que vejo ferir
Não sou faquir pra deitar em cama de prego
Mas me apego às coisas que não trazem dor.

O amor que nunca ouse em existir,
Destituído tal qual um réu
Condenado a pena de morte
Jogado a sorte como fraqueza
Desta eminência da vida a forra
Que em sua guerra nos joga fora.

Nas mãos da política
E da tática da tortura
Pela prova do terror
No máximo de vitimas
Que a nossa inteligência em forma de loucura
É capaz de fazer.

Só nos resta rezar o nosso credo
Na busca de um lugar chamado paz
Jaz que o amor sucumbirá em dor...



Cesar Moura