quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sentinela

Sentinela


Sinto na luz o que sou...
O vigia da torre,
Uma sentinela.

Neste caminho que conduz
Ao incógnita inesperado
Que observa da janela
Aqui parado...

Faço-me em pé a sentinela!
Não há sentimento ou golpe inoportuno
Que faça me desfalecer,
Serei como um condor
Observando o possível predador.

Sou a caça,
E também o caçador...
Sonhador inerte
Perdido em meus pensamentos
Com o olhar vertido
No sentido absoluto da razão,
As armas que possuo
São apenas pra me defender.

Essa luz que sinto agora
Desperta o sentimento
Que faz entender...
O amor que tenho
Naquilo que sei fazer,
O meu prazer
É ser esta sentinela.



Cesar Moura

domingo, 26 de julho de 2009

Anti-Semitismo

Anti-Semitismo


Desfeitas...
Não param nem pra pensar
Que igualdade é um fato elementar,
Somos o composto das nossas indiferenças
Nas crenças e na cor,
Pelo ódio e amor.

Preconceito desgraçado!
Conceito antecipado por não gostarmos
Daquilo que não conseguimos compreender,
A nossa ignorância
Pela intolerância no anti-semitismo
Explodindo como bomba nuclear.

O que há de ser de todos nós?
O nosso ser desfalecendo
Sem o benefício do amor,
Do amor que vence as aparências
E supera as diferenças.




Cesar Moura

sábado, 25 de julho de 2009

Cristal

Cristal


Sou feito assim... Tão tal!
No meu jeito assim... Meio animal
E às vezes frágil como cristal,
Se caio me estraçalho feito frangalho.

Ah! Mas não faz mal... Cristal é feito de areia fina,
E a sina da minha vida feita assim tal...
Sendo apenas um elemento natural,
Desmanchando-se nesta rima... É perfeitamente racional.

Em geral não me deforma,
Não me dê forma,
Não me estorna,
Afinal... Sou mesmo apenas um animal sentimental!






Cesar Moura

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Nanci

Nanci


Nasci pra te ver
Nanci, tão real é o prazer
De nascer para conviver
Com uma amiga sincera e leal
Como é você.

O teu sorriso singelo e natural
Vem do sentimento fraterno,
Da emoção racional.

Queria apenas dizer-te;
Que... Ser apenas um poeta não me bastaria,
Se não pudesse expressar
Que uma amizade assim tão legal
Deveras receber esta glória
Que a faz merecer.

Nanci nasci pra te ver
Voando bem alto...
O mais alto que a vida puder te levar
Pois para ti todo sucesso é pouco
E assim como louco desejo ver-te
Nesta vida sempre a vencer.




Cesar Moura

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Vale da Sombra

O Vale da Sombra


Cracolândia...
O palco do centro decadente
Lá não é a “Disneylândia”
E nem um jardim de infância.

É o vale da sombra da morte
Até a própria sorte desistiu de morar
Naquele maldito lugar.

Parece um filme de terror
No cenário dominado pelo pavor
Dos espectros viciados, zumbis perambulantes
Transtornados por uso de crack
Vagam errantes naquela zona franca
Francamente... Esperando a morte chegar.

Cracolândia existente
Persiste em existir
A síntese desta cena que vemos por aí
Em outros lares
Em outros lugares
A terra do nunca
Um mundo de ninguém
A boca do lixo
O trecho perfeito
Para o final de alguém...
Pobres viciados,
Do vale da sombra da morte.



Cesar Moura

sábado, 18 de julho de 2009

Minha Confissão

Minha Confissão


Dramaturgia tão sincera
Drama que se encerra
Com a minha confissão.
Eu confesso!
Confesso que errei...
O meu pecado disfarçado,
É uma ruína machucando o coração
Não consigo mais viver assim
Sem confessar o mal que fiz a mim
Quando neguei pagar o preço
Por um amor totalmente sincero,
E agora me redimo aos pés da cruz
Buscando encontrar uma luz
Que me traga a redenção.

Meu Deus,
Não posso usar o seu nome em vão
Mas peço a ti por mim perdão
Se os teus mandamentos desprezei,
Peço-te meu Senhor
Para segurar em minhas mãos
E a tua benção vem me dar
Pois sei que o amor que tens por mim
Excede a todo entendimento.
O meu sentimento
Trouxe-me esta culpa,
Fui um pecador comprometido com a ilusão
Bastou apenas uma palavra
Para trazer-me de volta à razão
A fé absoluta
E a minha confissão.

Eu me rendo!
E me arrependo...
Peço-te meu Deus por teu perdão!



Cesar Moura

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Relva Fina

Relva Fina


Na clareira lá da mata
Capoeira a relva fina
Onde canta o sabiá
Tangará não desafina.

Sigo o meu sonho
Como n’um clarão de trovoada
Vou rompendo este destino
Para encontrar a minha amada.

Viajei pelas cordilheiras desta vida
Em plena selva da ilusão
Foi lá que escondi o meu jardim secreto
Para não revelar a ninguém
Os segredos da minha paixão.

A mata virgem... Donzela inexplorada!
Lhe admirei minha princesa encantada,
Nas margens do riacho
Que conduz ao coração.

Na relva fina,
Perto da fonte cristalina
Desejei muito o amor desta menina...
Naquele jardim secreto
O certo era ter lhe amado,
Com toda a emoção.



Cesar Moura

terça-feira, 14 de julho de 2009

Concílio

Concílio


Neste conselho nada consta,
Data o concílio do consenso natural
A hipocrisia refletida no espelho
Daquele velho costume magistral...
Cuspo com nojo deste estrume animal!

O próprio mal se alimentando desta rotina
Como o criado de uma sina
De um fato ovacional,
Sendo ainda... O que mais decepciona
É a tal da conduta devocional
Aplicada nesta liturgia
Do panorâmico ambiente político nacional
Vivida lá no planalto central.

O feudal senhor do engenho
Perdeu-se sem empenho
Na poeira do passado,
Neste traçado do futuro que nos espera...
Quem me dera tivesse um conselho para dar!

Siga em prumo o teu caminho
O tempo não vai parar
E só temos esta vida para viver,
Independente da nossa pose social.




Cesar Moura

sábado, 11 de julho de 2009

Com Todas as Letras

Com Todas as Letras


Zombam de mim
Devido ao meu português ruim,
É sempre assim...

Mas não sabem que existem pessoas
Que fazem o mal com todas as letras,
É... Os picaretas!
Aqueles que enganam, roubam e matam.

E ainda temos aqueles que se corrompem
E prostituem-se para viverem bem.
Sem esquecer é claro...
Dos nossos doutores da política,
“Os lobos saqueadores”
Que nos roubam com todas as letras.

Más... Em contrapartida
Temos quem faça o bem
Sem nenhuma letra,
Fazendo apenas por amor.

Riem da sua escrita errada
Quando trocam um “c” por um “s”
Esquece que é deste,
Mesmo sem o domínio da perfeita gramática
A prática de fazer o bem.

Talvez no último momento de nossas vidas
Nos restará um balbuciado
O suspiro, uma palavra ainda que errada
Clamando por mais um fôlego de vida.

Do que adianta todas as letras
Se no final é para alimentar apenas
A nossa vaidade.



Cesar Moura

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Bandeira Branca

Bandeira Branca


Abaixem as armas,
Abaixo a violência,
Ponha as mãos na sua consciência!

A delinqüência torna-se banal
Propagando a violência
Através do ato criminal.
Nesta guerra entre policia e ladrão
O escudo somos nós...
O “Zé Povinho” este indefeso cidadão.
Não existe proteção
Dentro de casa ou fora do portão
As ruas foram tomadas
Por este trágico mal;
Do tráfico das drogas
Da ameaça prometida...
Daquela bala perdida
Que atinge a inocência
Em qualquer camada social.

Bandeira branca amor
Não chore mais...
Rogaremos pela paz,
Por nossa juventude
Façamos da palavra a nossa atitude,
Vamos proteger as nossas criancinhas.

Abaixem as armas,
Abaixo a violência,
Ponha as mãos na sua consciência!



Cesar Moura

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fantasia

Fantasia



Contos de fadas não irão me impressionar,
Um unicórnio branco a percorrer
Os vastos campos grandes
Não podem me salvar
Desta agonia...
Do desejo de amar.

Esta fantasia não pode acabar,
Deliro a cada dia tentando encontrar
Um mundo encantado onde possa me esconder
Pode ser em “Alphaville”
Ou então em “Zanzibar”.

Sou um viajante solitário
Enfrentando esta saga distinta
Usando como tinta as nuances do amor
Porque nesta vertente pinto o sonho meu,
E neste mundo encantado
Me desencanto sentado no canto
Apenas pra ver o tempo passar.




Cesar Moura

Alma Ferida

Alma Ferida

A alma ferida e machucada
Anda carente de amor
Essas feridas mal resolvidas
São chagas profundas de dor.

Tão de repente me vi perdido
E em um mundo de mágoas e rancor.
Me vi encurralado como um soldado valente.
Fui em frente e defendi
A minha alma daquela crise de horror.

O trauma vencido jaz esquecido
E hoje a minha alma transborda
De paz e amor.

A alma alegre regozija de alegria
Pois no caminho onde passo
Brotam sementes de amor
E agora eu sei
Sou um vencedor.






Cesar Moura

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ilusão


Ilusão


Neste jarro frágil que é a vida,
Me desfaço de toda ilusão
Nesta lida extrovertida.

Não me embaraço em contrapartida
Pra não ser ferido com tamanha frustração
Na desenvoltura deste viver
Há um caminho que se perde
Entre a alegria e o sofrer
Causando magoas a este pobre coração.

Neste ágil mundo de loucos
São poucos os que conseguem sobreviver
Sem envolver-se com o universo da ilusão.

Pra que viver a procura
Da terra do nunca?
Se nunca irei encontrar este lugar
Seria como procurar no amor
Uma lenda da paixão
Encontrando apenas este vão...
Num frágil mundo de ilusão.






Cesar Moura

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Fã Solitário

Fã Solitário


Apagaram-se as luzes
Fecharam-se as cortinas.
Neste cenário triste que termina,
Fica por aí... O fã solitário
Na espera de mais uma canção.
A emoção dará espaço a este vazio
Que fica marcado no coração.

Nada mais será como era antes,
E antes que o dia amanheça
E não mais floresça nesta terra;
Vou gritar o seu nome
Para o mundo inteiro ouvir,
Não se despeça assim
Nunca se despeça de mim
Não é fácil dizer adeus
Para as coisas que a gente gosta,
Sempre gostei de ouvir você cantar.

Só peço mais uma vez,
Pra sentir o timbre da sua voz
As lembranças que ficarem
Serão como luzes a lembrar deste cenário
Que jamais esquecerá
Este seu fã solitário.



Cesar Moura

domingo, 5 de julho de 2009

Flor

Flor


Aquela flor que lhe dei
Representava o nosso amor
Ficaste, no entanto triste
Em perdê-la no caminho
Voltaste a procurar
Mas não conseguiste encontrá-la
E agora vives a chorar
Pelo descuido que tiveste
Ao perder esta preciosa flor
Colhida com carinho
Pra representar o nosso amor.

Minha amada não te preocupe
Não perdeste o meu amor
Pois ainda vivo a te amar
Como sempre lhe amei
E quando voltar a ter contigo
Trarei-lhe outra flor
Colhida com o mesmo carinho
E com muito mais amor.




Cesar Moura

sábado, 4 de julho de 2009

Floresta Negra

Floresta Negra



As arestas desta vida
São mais que simples ilusões
Nesta floresta negra.
No escuro labirinto da perdição,
Sinto a premunição...
Do obscuro ideal contido pela frustração.

Sentado... Ainda que muito assustado,
Espero pelo cavaleiro da fé
Dos homens esquecidos,
Que vivem perdidos neste bosque da solidão
Mas o que vejo pelo caminho;
São muitos corações feridos
Perfurados por espinhos.

Não havendo esperança,
Muitos se deflagram
Esquecendo o propósito em viver...
Enquanto sobrevivo livre neste meu sonho
Com a verdade guardada no coração,
Como dentro de um pergaminho.

Porque me fará ver;
Mesmo que no mais profundo abismo deste mundo,
Haverá sempre uma luz a guiar-me
Por um novo caminho.



Cesar Moura

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Equilibrista

Equilibrista


No espaço deste vão
Eu tento me encontrar,
Não sei, se no vazio desta minha emoção
Daria para me equilibrar,
Pois a vida que enxerguei
É como um trapézio
Que quase caí quando escorreguei,
E se não me seguro
Ficaria n’um apuro
Que não daria nem para contar.

Existem momentos nesta vida
Que não encontro um lugar se quer
Em que possa me apoiar.

No balanço deste fio
Chego a tremer por balançar
E ainda me chamam de maluco imprudente
Por viver no limite da razão,
Mesmo sendo mais um equilibrista
O meu lado “são” é o artista
Que me salva de toda esta confusão,
E se me distraio... Olha que caio!
Mas não saio sem devolver o pó ao chão.





Cesar Moura

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Recompensa

Recompensa



...Não tenha medo do amor,
Certo... Quem ama sofre,
Mas, não ao ponto de morrer
Do que adianta viver,
Se não puder amar.

Existem varias razões para dizer
Que o amor é um sentimento racional,
E excede em muito as emoções
Deste nosso lado sentimental,
E se o medo impede em amar
Também impede de viver,
Quem ama vive para servir
E por isto serve para viver.

...Não tenha medo de amar,
A vida é preciosa demais
Para se negar a este direito,
Aquilo que é perfeito
Faz qualquer um ser capaz
De entender isto.

Se entregue ao amor...
Amando, tudo compensa
E para o amor...
Sempre haverá uma recompensa.



Cesar Moura

Ramalhete de Flores

Ramalhete de Flores



Não plantaram mais flores
Acabaram-se as prosas
Secaram-se as rosas
Neste jardim da infância
Da nossa inocência.

Chegamos ao fim;
De um novo começo,
Este retrocesso veio em forma de verso,
É só recomeçar...
É tudo que lhe peço.

Você é tudo pra mim...
Bem mais do que mereço
Vem reconfortar o meu coração,
Entreguei na tua mão
Um ramalhete de flores;
Destituído assim as nossas dores.

Dos amores que trago no peito
Você foi o melhor que me aconteceu...
É o amor que veio pra ficar.



Cesar Moura