quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lamúria

Lamúria


Minhas fantasias rasgaram-se com o tempo,
Como véu estampado por luxúria e glamour
De lamúria fui a palavra ditada em rancor
Bendita reza, não pode salvar-me da dor que senti.

Parece que menti a mim mesmo...
Porque pasmo das coisas que sonhei,
Acreditei nas glórias da ficção que outrora criei.

Precisava de um sonho...
De algo que não fosse normal
Que libertasse da minha pequenez literal desventura
Recorri ao poço dos desejos da tola ilusão,
Encontrei-me desprezado em total depressão
Resistindo entre lágrimas e risos,
Este meu fel de loucura
A procura da verdade latente,
Que indiferente a dor...
Adorne e aqueça o meu ser com amor.

O meu coração adornado estará,
Libertará o meu ser da apostasia...
A fantasia não rimará em meus versos,
Verei o reverso no triunfar da poesia...
Ah! Minha doce poesia!
No final vencerá a lamúria.



Cesar Moura

domingo, 27 de dezembro de 2009

Recíproco Amor

Recíproco Amor


Reciprocidade, todavia não lhe entendi
Nada a ver em vivê-la na contra mão
Não me surpreendi por esta situação
A verdade face a face não se vê
Em choque nesta emoção, crises na relação
Tenacidade desgrudada que se corrói
Não se constrói o vinculo da união na ponte de desilusão...
Sabe o quanto dói trafegar nesta via de solidão?
Meu coração está atônito a ponto de parar.

Quando me olho no espelho
Enxergo apenas os meus olhos vermelhos
Que já estão cansados de chorar,
Não consigo mais me enxergar
Sumi diante da minha imagem em desapego
Pois não gosto do que vejo em mim.

Não era pra ser assim...
O amor que desejei encontrar
Nunca vai existir...
Sinto-me como uma flor solitária neste jardim
Sou como um baldrame pronto a ruir.

Reciprocidade no amor,
Temo em não conhecer-te
Vejo a desigualdade em nosso triste fim.




Cesar Moura

O Fim

O Fim


Ao alvorecer, dá- se a luz de um novo dia
Sonhos nascem da emoção que não tardia
Via inesperada no jardim da vida
Cria as circunstâncias desconhecidas
Vagando para o futuro construindo muros
Levantando pontes, sem saber quem vai chegar
Ao outro lado, no esperado tempo...
E para quem chegar é só alegria.

Do que importa o começo,
Se o que mais nos interessa é o próprio fim
Não seja a pressa regressa pelo prazer
Porque viver é sentir-se mais livre a cada amanhecer.

O crepúsculo no entardecer evidencia o final do dia
Não importa o tempo, pois ele não para...
A hora de viver é agora... Antes que chegue o fim.


Cesar Moura

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dramaturgia

Dramaturgia


Senhor doutor,
Não ligue pra minha dramaturgia
Vingou na poesia como arte popular.

Se falei de amor,
Não foi por demagogia
Vivo esta filosofia,
A melhor parte é amar.

Não entendi por que indefere o meu direito,
E fere o meu peito com a lança da dura pena?
A sua sentença é pra matar.

Viste outra vez o contexto na gravura,
O que me fez a certa altura
Não vou ignorar...

Perdi o meu senso no intento da loucura
Por ser intenso, logo penso...
Vivo no limiar da aventura,
O meu prazer é a poesia
Queria ter azas pra voar.

Finalizo este meu pleito
Investindo na dita literatura
Pois sou do povo,
A arte popular.


Cesar Moura

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Poesia, Versos na Solidão

Versos que declamei na desilusão,
Com as lágrimas que derramei por onde passei
Engasgado em meu soluçar de dor.

Pelo amor que procurei,
E não encontrei ninguém disposto a amar...
Então entendi que estar só me bastaria,
Seria eu o mensageiro da solidão
Quimera apenas ser feliz.

Neste caminhar pela vida
Desejo andar pela luz
Quando por ai estiver, e encontrar a paz em meu caminho
Farei dela o meu ninho,
Repousar-me-ei por entre as flores...
Pregarei o amor nos vastos sabores da poesia.

Bendita voz que fala ao mundo
A visão dita no ouvido do cego
O ego em desapego na solidão,
As lágrimas vertidas nas sombras da ilusão
Converteram a paz na forma de rosa em botão,
O meu coração sensível esta...

Poesia que brota da inspiração,
Alivia a minha dor por este amor
Em teus versos faz-me ouvir,
A harmonia da perfeita rima, ajuda-me a enxergar...


Cesar Moura

sábado, 12 de dezembro de 2009

Concupiscências

Concupiscências


Não acredito neste amor
No arco-íris poliflor
Neste arco-íris multicor
Na paixão entre duas almas pervertidas
Invertidas do súbito valor...

Não acredito no que vejo,
No beijo daquelas duas flores
Desfigurada de sua criação
Perderam a sua grandeza
Na sutileza do horror...

Esta aberração que não tem nome
Some diante das concupiscências
Da perversão, que com a ética acabou...
A minha voz poética enrouqueceu
Ao ver esta gente que se enlouquece
E desvirtuado se esquece
Que o absurdo esta por certo,
E que o errado nem se deu...
O bom costume desapareceu.

Deu no que deu...
No arco-íris poliflor
Neste arco-íris multicor,
Fazem da vida uma afronta a Deus
E desapontam o criador
Ao inventarem novas formas pra o amor,
Dignidade adeus...


Cesar Moura

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Visões

Visões


No caminho das desilusões
Nenhuma ilusão me apraz
O que me satisfaz são as visões
Na retórica da poesia
Desvanecia a minha vida nesta estrada
Pintada feito alegoria
Numa noite assim vazia.

A noite zomba da minha solidão
E o meu coração em tormento se fez
Perdido no rumo da paz.

Percebo que sou mais um solitário
Em meio às multidões
Tomado pelas visões que ignoram o meu ser.

Sinto o assombroso medo do eu contra todos
Dos olhos que saltam sobre mim
Desafiando o meu modo de viver.

Assim sou eu...
Mais uma visão em meio à multidão
Na parede da ilusão.


Cesar Moura

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

À Flor da Pele

À flor da Pele


À cor da sugestão na forma de paixão,
Do amor por exatidão...
Veste o sentimento à flor da pele
Testificado em folha de papel.

Vele por um amor assim!
E verás por fim, a sua tez...
Tateado o glamour no vazo de ternura,
Em sinal de fartura na emoção da nua timidez.

Vez em quando, arde a pele na resignação da verdade
Que em parte tatuada foi, a ferro e fogo...
Do amor que esta em jogo,
Vence apenas quem não tem medo de amar
E, ainda faz do afeto o projeto original.

Sinta o sabor de mel na poesia
E a brandura soprará em ti este sentimento à flor da pele,
Zele pela sublime sensação de alegria na poesia...
Para que viva feliz o seu amor!



Cesar Moura

sábado, 5 de dezembro de 2009

Nirvana

Nirvana


O carma do amor me engana
No limbo da dor nirvana
Chama que queima e arde
Parte de mim te chama
Rama de dor em flor
Nada de zen medito
Bendito à própria sorte
O ego entre a vida e morte
Viver sem querer, o prodígio
Eleva o meu ser às alturas
O que não me mata
Torna-me mais forte.

A vida sem amor é frágil
Não é fácil viver este drama
Eleva meu ser nirvana
Me chama de amor... Imploro!
Livra-me da incerteza
Luz que me acalma
Clareza da minha alma
Choro por ti e oro...
A chama vital se apaga.

Ao atravessar o rio te alcanço
Não canso de lhe procurar
E quando lhe achar... Te amo!
Sinto o libertar do meu corpo
Entrego-me livre pra lhe amar
Pois o ápice do amor me faz flutuar, nirvana.



Cesar Moura

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Musa

MUSA

Você é a musa da poesia
A alegria que eu precisava ter
Queria você por mais um dia
Nunca mais te deixaria partir.

Quando me deu a sua atenção
Roubou todo o espaço que havia
Dentro do meu coração.

Lembro-me ainda,
De como você é linda
A figura exata feita na mais pura perfeição.

Quando lembrar-se de mim...
Me liga!
Ficarei feliz por ouvir a sua voz
Direi a você palavras sensatas
Que expressem os sentimentos
Que tenho por ti.

Preciso olhar mais uma vez nos teus olhos
E dizer-te coisas que nunca fui capaz,
Em dizer a alguém.

Vem, e traga-me de volta a sua alegria,
Abraça-me...
Deixa-me dizer
Que você é musa da poesia
O feitiço que me faz tão bem!
E por isto eu sei,
Sem você não sou ninguém.


Cesar Moura