domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cisne Negro - Valsa em Verso



Cisne Negro
Valsa em Verso

Compôr esta poesia foi como tirar ouro da lama,
Pois a minh'alma inquieta não me poupou de tal missão
Nesta pávida solidão que se abateu sobre mim.

A verdade valsou lívida - branca sim,
Branda enfim num sopro de amor.

Valsa cisne negro
No verso de tua dor,
Canta a proeza ávido de amar
Na sublime destreza da arte do pensar.

Sê tu por minha regência, oh poesia!
Esta sinfônia de valsa em verso
Que recito imerso no teu pesar.

Apesar de tudo isto ser palavra,
Lavra as duras penas o meu sofrer
Tange sem saber este quase nada
Que minha saga é viver.

Vivo o meu ato reverso
Neste preço a toda prova
Contra o ser perverso que desprezei,
Pois o meu apreço por coragem
É harmônia do amor em que acreditei.


Cesar Moura

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