domingo, 1 de maio de 2011
Abadia
Abadia
Prior regente do amor
Perdeu-se em ironia
Vencido pela dor,
Ao ver por arcaico modo
O destino da paixão.
Vencido pelo cansaço
O abade pois os pés no chão,
Quisera acreditar nesta fantasia
Que vestira a ilusão...
Precisou pintar de lorde
Nesta côrte o menestrel,
Não foi preciso desafiar à espada um dragão
Pela mão de uma princesa,
Bastou somente a realeza em vestes pompa
Para consagrar esta fábula na união!
Mas na abadia desfilou toda a congregação
No tapete vermelho da alta moda
Só por caviar e ostentação.
Vi no olhar do pobre súdito
Que desejava o confessor à confessar o seu amor
Por esta nata de toda nobreza,
Que ao pensar no desprezo que tem pela ralé,
Que só de doer já é pecar.
Cesar Moura
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