segunda-feira, 29 de março de 2010

Isa a bela

Isa a bela


Isa foi-se tua vida tão depressa
Esta dor regressa ao lhe perder no olhar,
Iça logo a vela e vem
Quero procurar-te no mar.

Bela, foste assim singela
Anjo pra no céu morar
Visto ficou a sua marca com toda nitidez
Na tez cada vez marcada
Que de saudades pode até fazer chorar.

Ouço a sua voz criança,
Com esperança penso que ainda vai voltar,
Quiçá em outra vida
Vejo-lhe mais linda
Em tua nobre paz que finda
Como pétalas livres soltas pelo ar.

Isa para sempre bela!


Cesar Moura

domingo, 28 de março de 2010

"A justiça foi feita, mas o vazio ficou.”

"A justiça foi feita, mas o vazio ficou.”


Toda esta dor se justifica assim perfeita
Feita a dor aos pedacinhos
Que ficaram para trás,
Não traz de volta o amor
Que se perdeu na solidão daquela dor.
A justiça foi feita
Com a verdade compreendida,
Um nó desatou da garganta
Mas do que adianta,
A justiça foi feita, mas o vazio ficou.
A amargura de perder um belo sorriso
E da saudade que vingou
Transformou o coração carente
Em alguém tão dependente
Do amor que você deixou.
Vi no olhar de Isabella
A virtude de ser bela
E sua mãe ali distante...
Olhando triste da janela,
Porque ela nunca mais voltou.


Cesar Moura

sábado, 27 de março de 2010

A Sentença Final

A Sentença Final

Na batida do martelo
Sentencia o juiz ao réu,
Desmorona o céu sobre sua cabeça
E o que parecia tão belo
Logo perde o valor.

O réu disfarça e chora
Aquela nuvem negra
É o seu martírio de dor,
A liberdade que agora distante
Parecia naquele instante momento
Uma imagem dissolvida na água.

Do calvário ao purgatório
Levou consigo aquilo que parecia ser
“A sentença final...”
O meritíssimo condena-o a ter,
A imediata prisão em tal regime fechado.

E o delinqüente algoz agora agoniza
Em sua dor que eterniza
O horror que ele mesmo criou.

E mesmo que um dia alcance a distante liberdade
Carregara consigo as marcas de sua covarde maldade,
E todas as vezes que se olhar no espelho
Saberá que ainda não sofreu a sentença final.

Afinal não existe sentença
Maior que a própria consciência.



Cesar Moura

segunda-feira, 22 de março de 2010

Psicose

Psicose

Tece o louco a sua própria teia
Antes que goze o mal a sua amarga sensação
No obscuro de nossas mentes o demente insensível
Que hiberna dentro de nós.

Fujamos do apelo emocional assassino
Que em nada de belo apraz,
Sinto um gelo dorsal neste homem animal
Que mata sem dó...
Provocando o calafrio do terror
O psicótico no seu vil desamor irracional
Pela dor que alimenta este monstro perverso,
Não vejo estampado no rosto
E nem se quer no reflexo maldito
O seu gosto da morte a sangue frio.

Tenho medo da mente assassina
Do cão que encarna em mim
Não tenho certeza da nossa razão...
Pode ser ela a psicose da conduta escondida
Adormecida pela rígida consciência
Que faz esta diferença
Entre o certo e errado
Do bem e o mal.


Cesar Moura

sábado, 20 de março de 2010

Anátema

Anátema


É uma lástima quando o amor vive este drama,
É anátema viver sem compaixão
No exílio da suma consciência
Excomungado por sua própria dor
Lá esta o vale dos desesperados
Separados pelo abismo da falta de coragem
Na bagagem carregam o rancor.

A trama dura e contundente
Do ódio que esta no coração da gente
Por si mesmo já é condenação.

Bem aventurado o amor por sua boa vontade
Da legião que faz da vida um ato de bondade
Repartindo o pão com o pobre sofredor.


Cesar Moura

terça-feira, 16 de março de 2010

Leão

Leão


Ruge hoje o meu leão
Pelo amor de uma felina,
Esta imputado em meu coração
O desejo por aquela bela menina.

Não o bastante, cujo ensejo
Torna-se instante sugado pela paixão,
Rastejando no olhar o ansioso predador
Rompendo a castidade através do pensamento obsceno...
Por quanto aceno por minha cobiça
Quando a vejo passar entre passos rebolantes.

Mesmo sendo eu do signo de virgem
Sinto-me então, hoje como um leão
Este bravo bicho comedor
Atraído pela libido sexual do amor desta felina.


Cesar Moura

sábado, 13 de março de 2010

Homem Bomba

Homem Bomba


Vive para destruir...
Vivido reza explodir,
Ríspido pela demente causa
Arrisca ver o mundo ruir
Homem bomba tomba junto com a confusão.
Da explosão não resta nada
Vindo do silêncio... O caos,
Rindo de todo este barulho o mal
Na forma da síntese que somos
Todos explosivos prontos para deflagrar a qualquer momento.
Não vejo em outro sentimento
Que nos outorgue a paz pelo amor,
Fere o homem a outro com a dor de sua bomba
Naquilo que zomba ser o mais correto,
Mesmo que veja a sua vida se esvair
Morre de rir engasgado pelo ódio,
Propagando o terror de sua bomba
Levando consigo o sorriso dos inocentes,
O bom siso no confuso de nossa mente
Sofre impotente por falta da preciosa compaixão.



Cesar Moura

segunda-feira, 8 de março de 2010

Vias de Regras

Vias de Regras


Esta aliança forjada e mal sucedida
Perdida no tempo desfaz
O elo do nosso castelo
Outrora foi um sonho tão belo
Que agora desmorona em ruínas
E explodem as minas de desavença entre nós.

Os destroços da devasta paixão
Machucam e dói,
Causando esta profunda dor
Com estilhaços fincados no coração
Fazendo sangrar...

São as tais vias de regras
Tão cegas nas dores deste amor
Que só nos faz chorar,
Jaz este sentimento bandido
Fingido de amante leal.

A forja da união se rompeu...
Doeu, mais valeu!
Se, foi legal pra você,
Também foi bom pra mim
E agora só nos resta à solidão
Do nosso triste fim.


Cesar Moura